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JUSTIÇA
Maia, Conde e secretária municipal de Obras são citados
Ação pede ressarcimento de
gastos com projeto Rio Cidade
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
Ação popular em análise pela
Justiça do Rio pede que as empresas Net Rio S/A, Light Serviços de
Eletricidade S/A e Telerj - Telecomunicações do Rio de Janeiro S/A
paguem aos cofres públicos os
gastos com as obras do projeto Rio
Cidade que supostamente as teriam beneficiado.
De autoria de Emanuel Jorge de
Almeida Cancella, diretor da CUT
(Central Única dos Trabalhadores) no Rio, a ação foi distribuída
para a 3ª Vara de Fazenda Pública.
O juiz-titular da 3ª Vara, Marcelo Laguna Duque Estrada, ainda
não analisou a ação popular, segundo informação do cartório.
Duque Estrada poderá acatar a
ação popular, dando início a um
processo judicial, ou recusá-la.
Na ação popular, Cancella relaciona como envolvidos em supostas irregularidades no Rio Cidade,
além das três empresas, o ex-prefeito Cesar Maia (candidato do
PFL ao governo do Estado do Rio),
o prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde (PFL), e a secretária municipal
de Obras, Ângela Fonti.
O autor da ação popular, que é
candidato a deputado estadual pelo PT, quer que a Justiça condene
Maia, Conde e Fonti por suposta
improbidade administrativa.
Além da condenação, Cancella
pede à Justiça que obrigue os três
acusados a ressarcir a Prefeitura
do Rio dos "prejuízos de suas
ações e omissões, bem como, no
caso dos bens superfaturados, sejam condenados a restituir ao município a diferença entre o valor
real do bem e o que foi gasto em
excesso".
Na ação popular, Cancella diz
que a empresa Net Rio S/A foi beneficiada na primeira fase do projeto Rio Cidade, implantado na
gestão de Cesar Maia como prefeito do Rio (1993-96).
O projeto, ainda em curso em
uma segunda fase, tem por objetivo a remodelação paisagística de
diversos pontos do Rio.
De acordo com a ação popular, a
Net Rio "foi beneficiada de forma
direta quando economizou com a
cobertura e o acabamento das calçadas, onde a instalação dos cabos
coincidiu com os projetos".
Cancella acusa a prefeitura de ter
permitido que a Net Rio instalasse
de graça seus cabos durante as
obras do Rio Cidade.
A ação popular diz que a prefeitura decidiu que, nos locais atendidos pelo Rio Cidade, a fiação aérea seria substituída por rede subterrânea.
Segundo a acusação, a rede subterrânea permitiu que Light e Telerj economizassem nos gastos
com manutenção.
À época, Light e Telerj eram estatais. Hoje, são empresas privatizadas. A ação popular diz que
Light e Telerj nada pagaram pelo
suposto benefício.
Quadro que aponta como fonte
o Tribunal de Contas do Município informa que a primeira fase do
Rio Cidade custou R$ 1.968.971,95
à Prefeitura do Rio. O quadro
consta da terceira página da ação
popular.
Cancella afirmou à Folha que os
valores são maiores.
"As obras do Rio Cidade ficaram em torno de R$ 200 milhões.
Uma avaliação preliminar que obtive indica que o mais caro das
obras foi o envelopamento dos cabos das empresas beneficiadas."
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