São Paulo, Sexta-feira, 20 de Agosto de 1999
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PAINEL

Ganhou manchetes,...

Com a estratégia de enfraquecer FHC aparecendo como forte, ACM aumentou seu nível de conhecimento junto ao eleitorado, revela pesquisa que chegou ao conhecimento do cacique pefelista. No entanto, a retórica autoritária teve um preço: sua rejeição foi parar na lua.

...mas quebrou a cara

Amigos de ACM dizem que ele enxergou que está no mesmo barco de FHC e que sabe que o desgaste do presidente o afeta. Jogava contra deliberadamente. Agora, em tom de ""mea culpa", suaviza a queimação (ontem, até apoiou o governo na luta com os ruralistas).

Zombaria federal

Exemplo de como ACM martiriza FHC. De fato, ligou para o presidente depois de ter anunciado que a gasolina não subiria mais. Mas o fez por saber que não encontraria reação e que ainda pode dizer que avisou. Os amigos do senador adoram vê-lo narrar fatos semelhantes.

Na hora H, fica mudo

FHC se desmoraliza nos pequenos gestos. No Planalto, seus auxiliares dizem que ficou furioso com ACM por causa do anúncio sobre a gasolina. Mas, na hora em que pode deixar isso claro, não peita o pefelista.

Nossa!!!

ACM telefonou pelo menos três vezes para FHC, anteontem à tarde. Nessas três vezes, o presidente alegou que estava ocupado demais para atender. Parece ser o máximo que consegue fazer com o pefelista.

Parece até maldade

Apesar de o dólar ter subido, assessores de FHC diziam ontem que o mercado teve um dia mais calmo que anteontem devido à ameaça de veto presidencial ao projeto dos ruralistas. Mas um operador alegou que isso só ocorreu depois que ACM descartou a chance de a proposta passar no Congresso.

A conferir

Apesar de o PPS soltar o balão, o auditor Antoninho Marmo Trevisan nega interesse emdisputar a Prefeitura de SP.

Forte com a oposição

Ao contrário da recepção dada aos agricultores, com os quais negociou, o Planalto afia os dentes para receber a "Marcha dos 100 Mil", na semana que vem. FHC deve discursar de novo, em termos duros, para tentar demonstrar autoridade.

Filme antigo

O presidente sempre fez blague da história de que ACM mandava em seu governo. Agora, tucanos afirmam que o presidente concluiu que não basta ter autoridade, mas que precisa parecer que tem autoridade.

Tropa de choque

A estratégia do governo para receber a "Marcha dos 100 Mil" prevê a ocupação das tribunas do Congresso pelo PSDB. Na terça, 30 deputados estão escalados para acusar a oposição de golpismo. Na quarta, serão 40. Espera-se que o PFL e o PMDB engrossem o coro governista.

Linha quente 1

Fraga (BC) é hoje, no governo, o maior defensor da privatização de Furnas. Argumento: o acordo com o FMI. FHC ainda não decidiu. Resta saber se comprará uma briga com os mineiros na hora em que tenta recuperar a popularidade.

Linha quente 2

Prevista para este semestre, a privatização de Furnas não deve sair até o fim do ano. Se vier a ocorrer no ano que vem, a tendência é que seja remodelada.

Visita à Folha
Marc André Pereira, presidente da Eletropaulo Metropolitana, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Fernando Tourinho, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da empresa, de Vassiliki Thomas Constantinidou, gerente de Comunicação, de Ronald Assumpção, presidente da agência de publicidade CaliaAssumpção, e de Carlos Brickmann, da Brickmann & Associados Comunicação.

TIROTEIO


Do deputado federal Rubens Furlan, que anunciou a saída do PFL pelo fato de ACM tentar interferir na escolha do candidato do partido à Prefeitura de SP:
- Se ele quer mandar na Bahia, problema dos baianos. Se ele quer mandar no Fernando Henrique, que é frouxo, problema do Fernando Henrique. Em São Paulo, ele não vai mandar, pois nós temos brios.

CONTRAPONTO
Vale tudo
Na eleição de 1994, o hoje governador Dante de Oliveira (PSDB-MT) fez um ""arrastão" na cidade de Rondonópolis.
""Arrastão" colou em Mato Grosso como gíria de campanha para a cena em que um político, acompanhado de dezenas de candidatos, passa por uma rua distribuindo beijos e abraços aos eleitores.
Para atrair as atenções da população, o candidato havia levado também banda de música, bonecos e cabos eleitorais fantasiados. A cada quarteirão, estouravam fogos de artifício.
Dante de Oliveira andava de um lado para o outro, estendendo a mão a todo mundo que aparecia na sua frente. Fazia questão também de entrar nas lojas que via pelo caminho para falar com as vendedoras.
Numa delas, um assessor, sem entender nada, comentou:
-O senhor deu a mão para um manequim?!
O candidato não perdeu a pose de mestre:
- Meu caro, se puder votar, é mais um para mim.


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