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O JURADO
Opinião pode anular julgamento
da Agência Folha
e do enviado especial
O jurado Sílvio Queiroz Mendonça, que acabou emitindo
sua opinião no julgamento do
massacre de Eldorado do Carajás, foi o que mais perguntou
durante os três dias da primeira
fase do julgamento.
Durante o depoimento do governador Almir Gabriel
(PSDB), Mendonça gastou cerca de 40 minutos perguntando e
tirando dúvidas sobre as ordens
que foram dadas aos comandantes das tropas.
Mendonça é contador do Tribunal de Contas do Estado. Casado e pai de dois filhos, foi o último dos jurados a ser sorteado.
Ele só fez parte do júri porque a
acusação e a defesa rejeitaram
quatro outros nomes.
No primeiro dia, ele apontou
uma contradição no depoimento do major José Maria Oliveira,
comandante das tropas de Parauapebas na época do conflito.
Oliveira disse que, depois do
tiroteio, teria ido a Curionópolis e voltado ao local do conflito
em duas horas. "Como ele conseguiu ir e voltar às 19h se o confronto acabou por volta das
18h?", perguntou o jurado.
Nas últimas perguntas aos advogados, Mendonça pediu para
assistir novamente a fita de vídeo com cenas do confronto.
Com uma caneta de luz na
mão, apontou para uma fumaça saindo do lado dos sem-terra
e disse que "agora fica comprovado que havia sem-terra armado no começo do conflito".
O juiz Ronaldo Valle o advertiu que não poderia manifestar
sua opinião. Mendonça então
retrucou: "Eu pedi para o senhor me orientar".
Por causa de sua afirmação, o
Ministério Público vai requerer
a anulação do julgamento.
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