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BANCOS ESTADUAIS
Covas pode não pagar dívida com União
BC perde prazo de
venda do Banespa
ALEX RIBEIRO
da Sucursal de Brasília
O Banco Central perdeu o prazo
para privatizar o Banespa até novembro. O atraso poderá levar o
governador de São Paulo, Mário
Covas (PSDB), a não honrar parcela da dívida refinanciada com a
União que vence naquele mês.
O BC é obrigado a observar um
prazo mínimo de 105 dias entre a
data de publicação do edital de
privatização e a realização do leilão. Ou seja, se o edital fosse publicado hoje, o leilão só poderia
ocorrer em 3 de dezembro.
A privatização do Banespa está
sofrendo atrasos devido a uma
discussão tributária com a Receita
Federal e por causa das negociações para a federalização da dívida da Prefeitura de São Paulo.
O Estado deverá pagar em novembro uma parcela de R$ 1,8 bilhão referente a sua dívida refinanciada com a União. Para tanto, contava com o reforço dos recursos da venda do Banespa, que
foi federalizado em 1997.
Covas já anunciou que, se não
receber os recursos do Banespa,
não pretende honrar a parcela.
Ontem, a Secretaria da Fazenda
paulista disse que quer um novo
prazo para o pagamento da parcela. Segundo sua assessoria, a secretaria considera que o atraso na
venda do Banespa é do governo
federal -a União teria então de
aceitar uma nova data. A assessoria da secretaria não soube informar se São Paulo tem dinheiro
para pagar sem a receita do leilão.
O Estado tem a receber a diferença entre os R$ 349 milhões estimados para o valor do Banespa
no acordo com a União e o preço
de venda no leilão. O preço mínimo de venda do banco deverá ficar em cerca de R$ 1,5 bilhão.
O BC não explicou os motivos
do atraso e declarou por meio de
sua assessoria que "está trabalhando para viabilizar a privatização o mais rápido possível".
A Folha apurou, porém, que a
principal obstáculo é uma discussão com a Receita relativa à cobrança de tributos incidentes sobre pagamentos feitos pelo banco
diretamente a funcionários aposentados. O Banespa quer que esses pagamentos tenham tratamento idêntico às transferências a
fundos de pensão, que são beneficiadas com isenção.
Colaborou a Reportagem Local
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