São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2000

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PAINEL

Intrigas no reino
Em recente jantar, Paulo Henrique Cardoso sugeriu que o nome de Paulo Renato (Educação) seria o preferido da família para suceder FHC em 2002. O presidente, porém, continua achando que Tasso Jereissati seria o nome mais indicado para esvaziar o projeto de Ciro Gomes.

Fogueira das vaidades
Oficialmente, Paulo Renato é candidato ao Senado. Mas disputa com Tasso e Serra a viabilidade de seu nome para 2002. Após as eleições, o ministro da Educação pretende criar fatos políticos. Quer ocupar espaços que, julga, hoje estão sendo saturados por seu colega da Saúde.

Marcação cerrada
Serra e Paulo Renato estão empenhadíssimos na candidatura Alckmin. Ambos têm procurado seguir de perto os passos do tucano. Cada um aposta que uma eventual vitória em São Paulo abre o caminho para as suas próprias pretensões.

Pista liberada
Passadas as eleições, há espaço para a aproximação do tucano Tasso Jereissati, que admitiu estar no páreo para a sucessão de FHC, e o PMDB. Segundo Jader Barbalho, as dificuldades do governador cearense em relação à sigla são maiores do que as do PMDB em relação ao tucano.

Garoto esperto
A desistência de Garotinho de concorrer 2002 não surpreendeu FHC. O presidente nunca botou fé no sonho do governador do Rio. Acha que ele tem um jeito de fazer política "esperto" demais para um projeto dessa envergadura.

Velocidade máxima
Foi indicado por José Roberto Arruda (PSDB-DF) o novo diretor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Délio Cardoso. Candidato a deputado em Brasília, em 98, Cardoso foi talhado para o cargo: fez campanha contra o controle eletrônico de velocidade no trânsito.

O público é privado
Ricardo Berzoini (PT-SP) pediu para Paolo Zaghen, presidente do Banco do Brasil, a relação dos diretores que integram conselhos de empresas vinculadas ao banco. Zaghen, que ganha R$ 8 mil do BB e mais R$ 19 mil de conselhos, valeu-se do "direito de intimidade" para não responder ao petista.


Política clerical
Vice de Marta, Hélio Bicudo esteve ontem com d. Fernando Figueiredo, bispo da diocese de Santo Amaro, a quem padre Marcelo Rossi está subordinado. Preocupa o PT a insistência com que o astro da Igreja tem pregado contra os "defensores do aborto" para seu rebanho.

Problema legal
Hélio Bicudo, que é contra o aborto, cuidou de dizer a d. Fernando que Marta Suplicy se restringe à defesa do aborto legal, garantido há muito pelo Código Penal. Ponte entre o PT e os católicos conservadores, o vice teria saído da conversa satisfeito.

Tensão no limite
O staff de Luiza Erundina está dividido. Há quem defenda que as críticas pesadas feitas à Marta e ao PT sejam incorporadas já ao programa de TV. Os estrategistas de marketing não aceitam. Defendem que a petista é "adversária, e não inimiga".

Aprendiz de feiticeiro
Antônio Carlos Magalhães Neto tem sido presença constante nos palanques do PFL no interior da Bahia. Na trilha do avô, iniciou sua campanha para eleição de 2002 à Assembléia.

Agridoce
Ao mesmo tempo em que eleva o tom dos ataques aos adversários, Patrícia Gomes foi instruída a aparecer mais "feminina". Depois que o cunhado de Ciro, Einhart Jácome, assumiu o marketing da campanha, a candidata passou a exibir saias.

Visita à Folha
O deputado Emerson Kapaz (PPS-SP), candidato a vice-prefeito de Luiza Erundina (PSB), visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do deputado Valdemar Costa Neto (SP), presidente nacional do PL, sobre FHC:
- É um fenômeno. É o único professor brasileiro que, sem receber herança, virou fazendeiro, tem casa de campo e apartamento na zona nobre da capital.

CONTRAPONTO

Indomáveis
O jornalista Augusto Marzagão tem uma longa história de intimidade com a política brasiliense. Foi secretário particular dos presidentes Jânio Quadros e José Sarney e ocupou a Secretaria de Comunicação Institucional no governo Itamar Franco.
Marzagão atualmente escreve sua autobiografia. Do México, onde está, ligou esta semana para Sarney, seu velho amigo. Conversa vai, conversa vem, Marzagão começou a ler em inglês uma reportagem do "The New York Times" sobre o degelo do Pólo Norte.
Sarney ouvia atento, até que, diante das hesitações de Marzagão, o interrompeu:
- Augusto, você não conhece o idioma inglês?
- Presidente, o inglês para mim é como minha mulher. Eu conheço, mas não domino.
Em tom de brincadeira, Sarney então disparou:
- É o meu caso com a Marly...


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