DA SUCURSAL DO RIO

Os três anos do governo Castello Branco foram os mais contraditórios do regime militar (1964-67). Ao mesmo tempo que representou a deposição de um presidente constitucional, João Goulart, sua gestão teve uma moderação que o Brasil só voltaria a conhecer nos anos de abertura política em que Ernesto Geisel (1974-79) ocupou a Presidência.
Tido como oficial de sofisticada formação e convicto legalista (avesso a conspirações e golpes), em março de 1964 aderiu ao movimento militar que derrubaria o governo esquerdista de Goulart no fim do mês.
Assumiu em 15 de abril, eleito indiretamente por um Congresso ceifado de oposicionistas cassados pelo Ato Institucional número 1.
No governo Castello, avolumaram-se denúncias de tortura contra oposicionistas políticos, mas numa dimensão que em nada se assemelhava à violência de Estado que viria depois.
Da lista de 136 desaparecidos políticos enviada à comissão constituída pelo Ministério da Justiça para examinar o assunto, já no governo de Fernando Henrique Cardoso, um caso é dos anos Castello -os outros são posteriores.
Castello Branco transferiu o governo para Artur da Costa e Silva em 15 de março de 1967. Quatro meses depois, em 18 de julho, morreu num acidente aéreo, quando voltava de Mecejana para Fortaleza.
(MÁRIO MAGALHÃES)

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