São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2000

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Candidatos fazem pacto contra Roberto Magalhães em Recife

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Os candidatos de oposição ao prefeito licenciado de Recife, Roberto Magalhães (PFL), selaram um pacto informal de não-agressão entre eles na tentativa de levar a eleição para o segundo turno.
Na reta final da campanha, Magalhães, que soma 48% das intenções de voto, é o único alvo dos ataques da oposição, cujos candidatos têm, somados, 42%.
Denúncias contra sua administração tentam se contrapor à imagem do "prefeito que faz", tema de sua propaganda eleitoral. A estratégia ressuscita uma das características marcantes das eleições pernambucanas de 1986 a 1994, a polarização entre "esquerda" e "direita", que havia desaparecido em 1996 com a aliança entre dois rivais históricos, o PMDB e o PFL.
Na época, ancorado na popularidade do então prefeito Jarbas Vasconcelos (PMDB) e do presidente Fernando Henrique Cardoso, Magalhães foi eleito prefeito. Dois anos depois, o pefelista retribuiu o apoio ajudando a eleger Jarbas Vasconcelos governador.
Com a queda na popularidade de FHC, os cinco candidatos da oposição (PT, PPS, PDT, PSTU e PHS) tentam agora dar o troco, vinculando o prefeito e o governador ao presidente da República. "As diferenças programáticas e ideológicas dos partidos de oposição são menores em relação ao inimigo comum, que é o candidato de FHC em Recife", disse o candidato do PT, João Paulo (22%).
Outro ponto que induziu ao pacto de não-agressão foi o horário eleitoral na TV: da meia hora reservada aos candidatos, Magalhães tem quase 16 minutos. "Saber usar o nosso tempo é uma questão de sobrevivência", disse o deputado João Braga, que deixou o PSDB para apoiar a campanha de Carlos Wilson (PPS), com 17%: "Na oposição, não adianta querer um entrar na faixa do outro".


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