São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 2002

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OUTRO LADO

Eventuais irregularidades serão apuradas, afirma governador

DA ENVIADA ESPECIAL A BOA VISTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de Roraima, Flamarion Portela (PSL), afirmou ontem em entrevista coletiva em Boa Vista que eventuais irregularidades na folha de pagamentos do Governo do Estado serão investigadas.
A assessoria do governador informou ainda que os documentos relativos à folha estão à disposição do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público para serem analisados.
"Se erros ou equívocos existem, iremos consertá-los. Estamos de portas abertas para quem quiser investigar essas denúncias",declarou Flamarion Portela.
Ao comentar a "Operação Gafanhoto", responsável pelo desvio de verba, Flamarion Portela disse que o governo do Estado "não é responsável pela emissão de procurações". "Os servidores são contratados para trabalhar, se estes, por algum motivo, não podem se locomover até o posto de pagamento para receber, eles podem por lei, outorgar poderes para outra pessoas fazê-lo."
Flamarion diz ainda que os pagamentos por procuração foram utilizados politicamente por seus adversários. Especialmente informações da folha que circularam na internet de forma apócrifa.
A Folha tentou contato com os seis deputados citados na reportagem. No caso de Jalser Renier, a reportagem esteve em seu gabinete, na Assembléia Legislativa, em Boa Vista, em sua casa, e falou duas vezes com sua assessora de imprensa, por telefone. Não houve resposta.
A assessoria do deputado Mecias de Jesus informou que ele estava viajando, mas disse que ele "distribui o dinheiro recebido por meio de procurações às pessoas mais pobres".
Elizabeth Nishimura Ferreira, mulher do deputado Augusto Iglésias (PDT), disse que as pessoas que lhe deram procuração moram no interior e, por isso, não recebem em Boa Vista. Questionada sobre a função pública dessas pessoas, ela afirmou que retornaria a ligação "mais tarde". Até às 19h ela não voltou a ligar.
Já o assessor de imprensa do deputado Mecias de Jesus (PST) disse que o parlamentar distribui parte do dinheiro obtido por meio de procuradores de 25 funcionários a pessoas mais pobres. "Aqui em Roraima há irregularidades, mas não é tanto assim como estão dizendo", diz ele.
Os demais deputados não foram encontrados em seus gabinetes nem em seus comitês eleitorais. Os assessores contatados foram informados sobre a reportagem. Mas informaram que os parlamentares estavam no interior e que não seria possível localizá-los.



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