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São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2003

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PAINEL

Bandeira branca
Interlocutores de Lula e de Maurício Corrêa tentam convencê-los a marcar um encontro para firmar um pacto de boa vizinhança entre os dois. Deputados do PT dizem não ser profícuo ao Planalto um conflito com o STF. São muitos os casos de interesse do governo no tribunal.

Crise pessoal
O Planalto não tem tanta pressa na reaproximação de Lula com Maurício Corrêa. Considera que o presidente do Supremo está isolado no tribunal. Os demais ministros teriam compreendido perfeitamente os motivos de Lula para faltar ao aniversário de 175 anos do STF.

Quando der
Em vez de uma conversa formal de Lula com Maurício Corrêa (STF), o Planalto prefere um encontro casual entre os dois, quando surgir uma oportunidade. Com cumprimentos, mas sem grandes explicações.

RSVP
Ao determinar o boicote ao aniversário do Supremo Tribunal Federal, o Planalto deixou ministros constrangidos. Vários já haviam confirmado presença.

Convite para não ir
O Planalto se apressou na quinta a espalhar que Maurício Corrêa (STF) também faltara a evento do Executivo. Só não contou um detalhe: o presidente do Supremo fora convidado por intermédio de um assessor do Itamaraty. E por telefone.

Terceira idade
O Senado deverá aprovar na semana que vem o Estatuto do Idoso, projeto de Paulo Paim (PT). Lula quer sancioná-lo ao retornar da viagem a Cuba.

Outra versão
Prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy (PFL-BA) faltou ao "almoço de reconciliação" promovido por ACM. Não gostou da versão que o senador espalhou sobre o telefonema que trocaram dias antes. A imprensa carlista divulgou que foi o prefeito que procurou o cacique.

Caixa forte
O BBA Banco, comprado no ano passado pelo Itaú, é um dos campeões de remessas de valores para o exterior, segundo a CPI do Banestado. Fernão Bacha, que presidia o banco, foi diretor do Banco Central.

Por trás da foto
Ciro Gomes e Roberto Freire fizeram "as pazes" ontem em Maceió, com direito a abraços para os fotógrafos. Mas o ministro já articula com os governadores Blairo Maggi (MT) e Eduardo Braga (AM) o lançamento de uma candidatura à presidência do PPS.

Modus operandi
A eleição para a presidência do PPS está prevista para março do ano que vem, quando acabará o mandato de Roberto Freire. O grupo de Ciro Gomes (CE) só tem uma dúvida: se conseguirá aguentar até lá o que chama de "centralismo democrático" do pernambucano no partido.

De olho no relógio
João Paulo (Câmara) vai hoje ao casamento da prefeita Marta Suplicy (PT-SP), mas pretende deixar a festa antes do fim. Quer assistir ao show da banda de rock pesado Deep Purple.

Desigualdade racial
Estudo da ONG Rede Feminista de Saúde aponta que 50% da população negra brasileira é pobre e 21,2%, indigente. Já entre os brancos, esses números caem para 22,4% e 8,4%. A mortalidade infantil por mil nascimentos também é maior entre os negros: 62,3 contra 37,3.

Programa de inclusão
A pesquisa sobre desigualdade racial será mostrada na próxima semana ao ministro Humberto Costa (Saúde). A intenção é convencer o governo a lançar um programa de assistência à população negra excluída.

TIROTEIO

De Beto Albuquerque (PSB-RS), vice-líder do governo na Câmara, sobre a atuação de José Carlos Aleluia (BA), líder do PFL, na reforma tributária:
-É lamentável que o líder do PFL, José Carlos Aleluia, puna a Bahia apenas para ser coerente com uma estratégia xiita de oposição.

CONTRAPONTO

Era uma vez

O governador Zeca do PT (MS), hoje em seu segundo mandato, era um dos interlocutores do PT com FHC, durante a gestão do tucano.
Governador e presidente desenvolveram uma relação fraternal e chegaram a pescar juntos no Pantanal.
Certo dia, Zeca foi ao Planalto para uma audiência com FHC e levou seu secretário da Fazenda, Paulo Bernardo, que, no primeiro mandato do tucano, fora um ativo deputado de oposição.
Assim que chegou ao Planalto, Zeca avisou que Bernardo estava na ante-sala. FHC pediu que ele entrasse.
- Então você que é o Paulo Bernardo, que vive me esculhambando?- perguntou FHC.
Bem-humorado, o secretário conseguiu uma saída:
-Vivia, presidente, quando era deputado. Agora que sou secretário da Fazenda não posso mais ficar falando mal...


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