São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 2005

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CANDIDATURA

Sobre a possibilidade de disputar algum cargo no Executivo, Gabeira disse reconhecer que dificilmente ele seria bem-sucedido.
"Eu não ganho nem de um poste em cargo Executivo porque eu vou sempre ser o veado e maconheiro." O deputado disse que, enquanto houver esse tipo de preconceito na sociedade, "eles [políticos] vão explorar isso até o fim".
Ao falar de uma mudança na política nacional, ressaltou que não se sente disposto a encarnar uma proposta do novo, apesar de afirmar que queria "fazer muitas coisas antes de morrer". "Meu problema é o de todo velho, que está vendo que a vida vai acabar e vê que um projeto de vida não avançou", afirmou.
Gabeira aproveitou para expressar sua decepção com o PT, afirmando que essa proposta do "novo" era a de Lula, mas que o projeto se esfacelou, "caiu o Muro de Berlim". "Todo o conteúdo messiânico de classe operária em Lula era o conteúdo dos nossos sonhos. [...] Hoje não há mais salvadores, não há mais salvação."
Segundo ele, o "novo", que não existe mais, não deve ser mais vislumbrado e que as próximas eleições devem se basear no pragmatismo. "Não serão grandes líderes [os próximos governantes], mas eles devem ter condições de responder a problemas que o PT não conseguiu resolver."
Além disso, Fernando Gabeira acredita que os novos eleitos pelo país devem se conscientizar, desde as prévias das eleições, de que ser político é ser funcionário público. "Quem quiser dinheiro e ascensão social que vá para a iniciativa privada."


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