São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 2005

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"Curral eleitoral" não existiu, diz presidente do PT

DA REPORTAGEM LOCAL

Dirigentes do PT disseram ontem que "não há nenhuma possibilidade" de que as irregularidades ocorridas na eleição interna do partido, realizadas anteontem, interfiram no resultado final da disputa. Segundo o presidente interino da legenda, Tarso Genro, não houve "curral eleitoral" na sucessão petista.
As principais denúncias envolvem transporte de filiados para votação, o que é proibido, e pagamento indevido de contribuições partidárias em atraso a militantes.
"Meia dúzia de recursos não vão desconstituir essa enorme vitória do PT de realizar uma eleição com essa dimensão no momento que estamos vivendo", disse Tarso, comemorando a estimativa de que quase 250 mil petistas participaram das eleições internas.
Defendendo a tese de que problemas ocorrem em qualquer processo eleitoral, Tarso afirmou as suspeitas de fraude são "um exagero de pessoas que não têm compromisso com o projeto do PT e seu resgate ou que através da formação de opinião torcem para que as eleições não dêem certo".
O candidato à presidência do PT que mais demonstrou preocupação com as irregularidades foi Plínio de Arruda Sampaio, apoiado pela corrente radical Ação Popular Socialista. Ele e seus colaboradores pretendem elaborar um "dossiê nacional" sobre as eventuais fraudes para apresentar recursos nos diretórios estaduais petistas -instância na qual os recursos devem ser protocolados até sexta-feira.
Sampaio ameaça deixar o PT caso o partido "deixe de ser instrumento" de mudanças sociais, em discordância à permanência do Campo Majoritário no controle da legenda. As denúncias de fraude, segundo seus colaboradores, devem impedir seu alinhamento a outro candidato se ele não for para o segundo turno.
Todas as contestações serão analisadas até quarta-feira da semana que vem. Acatadas ou rejeitadas, ainda haverá possibilidade de recurso no Diretório Nacional do PT. "É preciso que as pessoas mostrem provas contundentes", afirmou o coordenador do PED (Processo Eleitoral Direto), Francisco Campos, para quem os problemas enfrentados nesta disputa foram menores do que os ocorridos em 2001, quando o partido escolheu a direção por eleição direta pela primeira vez.
Integrante da corrente Democracia Socialista, do candidato Raul Pont, Joaquim Soriano diz que também pretende denunciar irregularidades nas eleições. Disse que, mesmo que impugnações de urnas não interfiram no resultado, os recursos serão protocolados. (CONRADO CORSALETTE E FLÁVIA MARREIRO)

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