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Consultor telefonou para assessor de Palocci ao renovar com a GTech
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Documentos em poder da CPI
dos Bingos apontam que o ex-consultor da presidência da Caixa
Econômica Federal Ralf Barquete
dos Santos ligou 12 vezes, no dia 1º
de abril de 2003, e outras 14 vezes,
em 8 de abril daquele ano, para o
celular de Ademirson Ariovaldo
da Silva, assessor do ministro Antonio Palocci (Fazenda). O celular
de Ademirson era um dos meios
de falar com o ministro.
Nos dias dos telefonemas de
Barquete, a Caixa e a multinacional GTech renovavam um contrato de R$ 650 milhões para operação de loterias. Adiada em 1º de
abril, a assinatura ocorreu somente no dia 8 daquele mês. A
CPI investiga se a GTech pagou
propina ao PT para obter vantagens na renovação do contrato.
A multinacional afirma que sofreu tentativa de extorsão do advogado Rogério Tadeu Buratti,
ex-secretário de Governo de Ribeirão Preto (SP) entre 1993 e
1994, quando Palocci era o prefeito. Amigo de Barquete, o advogado teria pedido R$ 6 milhões para
garantir o negócio. Na versão de
Buratti, foi a GTech quem o procurou para que ele intermediasse
o contrato com Palocci. Em troca,
a multinacional pagaria até R$ 16
milhões em propina ao PT.
Relatório da CPI aponta que o
ex-secretário costumava ligar para o celular de Ademirson. Mas,
nos dias finais de acerto do contrato, a freqüência aumentou.
Em sua defesa, Ademirson confirma ter recebido as ligações de
Barquete, mas disse que não passava o telefone a Palocci. Afirmou
também não ter tratado do caso
GTech. Segundo o Ministério da
Fazenda, "Barquete e Ademirson
foram amigos desde a época em
que trabalhavam na Prefeitura de
Ribeirão Preto. Continuaram
mantendo estreito relacionamento pessoal e familiar até o falecimento de Barquete, em junho de
2004"
(HUDSON CORRÊA)
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