São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 2005

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Consultor telefonou para assessor de Palocci ao renovar com a GTech

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

Documentos em poder da CPI dos Bingos apontam que o ex-consultor da presidência da Caixa Econômica Federal Ralf Barquete dos Santos ligou 12 vezes, no dia 1º de abril de 2003, e outras 14 vezes, em 8 de abril daquele ano, para o celular de Ademirson Ariovaldo da Silva, assessor do ministro Antonio Palocci (Fazenda). O celular de Ademirson era um dos meios de falar com o ministro.
Nos dias dos telefonemas de Barquete, a Caixa e a multinacional GTech renovavam um contrato de R$ 650 milhões para operação de loterias. Adiada em 1º de abril, a assinatura ocorreu somente no dia 8 daquele mês. A CPI investiga se a GTech pagou propina ao PT para obter vantagens na renovação do contrato.
A multinacional afirma que sofreu tentativa de extorsão do advogado Rogério Tadeu Buratti, ex-secretário de Governo de Ribeirão Preto (SP) entre 1993 e 1994, quando Palocci era o prefeito. Amigo de Barquete, o advogado teria pedido R$ 6 milhões para garantir o negócio. Na versão de Buratti, foi a GTech quem o procurou para que ele intermediasse o contrato com Palocci. Em troca, a multinacional pagaria até R$ 16 milhões em propina ao PT.
Relatório da CPI aponta que o ex-secretário costumava ligar para o celular de Ademirson. Mas, nos dias finais de acerto do contrato, a freqüência aumentou.
Em sua defesa, Ademirson confirma ter recebido as ligações de Barquete, mas disse que não passava o telefone a Palocci. Afirmou também não ter tratado do caso GTech. Segundo o Ministério da Fazenda, "Barquete e Ademirson foram amigos desde a época em que trabalhavam na Prefeitura de Ribeirão Preto. Continuaram mantendo estreito relacionamento pessoal e familiar até o falecimento de Barquete, em junho de 2004" (HUDSON CORRÊA)


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