São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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RAP DOS NETOS DE JK

Hip hop nacional lança CD pró-Lula

Disco vendido em comitês traz versão rap de jingle de candidato petista

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem sobe ao palco, no final dos grandes comícios, como estrela da campanha do presidenciável Luis Inácio Lula da Silva (PT), é a dupla sertaneja Zezé de Camargo & Luciano.
Mas quem tem ido às ruas em favor do presidenciável petista, sem o cachê de R$ 75 mil por show, é a rapaziada do hip hop, único gênero reunido em um disco exclusivo para a disputa eleitoral de 2002.
Mais influentes nas periferias brasileiras do que os cabos eleitorais convencionais, importantes nomes do hip hop nacional se reuniram em um CD com 15 faixas, incluindo a versão rap do jingle de Lula, para tentar empurrar o PT para a vitória. O disco é vendido a R$ 5 nos comitês do candidato petista.
"Hip Hop por um Brasil Decente!" junta o DMN, um dos mais prestigiados grupos paulistanos, Rappin" Hood em dobradinha com os maranhenses do Clãnordestino, Face da Morte (SP), Alerta Geral (PR), Flagrante (PI), La Bella Mafia (RS), Enigma Rap (MG) e Liberdade Condicional (DF).
Também inclui: Ayabas do Gueto (SC), Contra Proposta (TO), Ativistas MDE (PR), Dicaboclo com participação do Proceder (RO), Posse N.A. (GO) e o gaúcho Zhammp.
A grande revelação do disco, para quem não tem conhecimento do gênero, é mostrar que o hip hop não é uma manifestação restrita à São Paulo dos Racionais MC's ou às quebradas cariocas de MV Bill.

Netos de JK
Assim como a bossa nova foi a trilha sonora que emergiu dos tempos de Juscelino Kubitschek (1956-1961), o rap dos netos de JK, para quem sobrou apenas as ruínas da periferia, é o som dos excluídos em todas as capitais.
Além dos rappers do disco, a Secretaria Nacional de Juventude do PT obteve o apoio, para a candidatura Lula, dos paulistas Thaíde, Xis, Sistema Negro, SNJ, do brasiliense Jamaika, dos pernambucanos do Faces do Subúrbio e dos gaúchos do Da Guedes.


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