São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2005

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Garotinho dá início a "pré-campanha"

SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O ex-governador do Rio Anthony Garotinho disse ontem, no registro de sua candidatura como pré-candidato do PMDB à Presidência, que pedirá a amigos parte dos recursos necessários para o que chamou de "pré-campanha", em busca de votos dos convencionais do PMDB. Em março, eles escolhem o candidato do partido para a eleição de 2006.
Em solenidade na Câmara, Garotinho disse não ter "a menor idéia" de quanto custará a campanha interna. Mesmo assim, planeja percorrer todos os Estados para "apertar a mão de cada um" dos cerca de 24 mil convencionais.
"Certamente eu vou me mobilizar com os meus amigos, com os recursos que o partido tem. Sou presidente do diretório do Rio. Temos uma bancada que contribui. Temos 200 mil filiados no Rio de Janeiro. Então, isso dá para se movimentar", afirmou ele.

"Pré-campanha"
Embora diga desconhecer custos, Garotinho esboça uma estrutura partidária na estratégia de convencimento. "Vou começar a pré-campanha agora. Com a inscrição, vou montar uma coordenação para as prévias em cada Estado para defender meu nome. Obtive ontem apoio de um número expressivo de deputados federais e de presidentes de diretórios estaduais. Agora vou organizar uma agenda de visitas aos Estados para mobilizar para as prévias."
A idéia é reunir em grupos os membros com direito a voto na prévia de 15 de março: "Estou falando em 24 mil pessoas. É fácil agrupar. Não vou aos 5.500 municípios do país, mas fazer viagens estratégicas. Quando for ao Ceará, por exemplo, vou tentar reunir em uma ou duas cidades todos os prefeitos, vereadores e convencionais, para minimizar custos".
Para fazer o que chamou de "pré-campanha", Garotinho quer deixar o secretariado de sua mulher, a governadora Rosinha Matheus, embora ainda não tenha definido uma data. Ele é o secretário de Governo e de Coordenação.
"É uma conversa que vou ter com a governadora. Sei que ela precisa da minha presença na articulação política do governo do Estado, mas acho que fica um pouco difícil para mim agora. Mas é preciso falar com ela, decidimos as coisas juntos. Há entre nós mais do que uma relação política. Há de convir que somos também namorados", afirmou ele.
Rosinha e o deputado federal Michel Temer (SP), presidente nacional do PMDB, participaram da solenidade na qual Garotinho se inscreveu na prévia.

"Osso duro"
Citados no partido como possíveis oponentes de Garotinho na prévia, os governadores Germano Rigotto (RS), Roberto Requião (PR) e Jarbas Vasconcelos (PE) não compareceram.
Em discurso, Garotinho pregou a unidade do partido em torno de sua candidatura à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Criticou Lula e os governos de seu antecessor, o presidente Fernando Henrique Cardoso. Disse que não desistirá da indicação, mas que, se perder na prévia, fará campanha para o vencedor.
"Sou um osso duro de roer. Quem quiser passar vai ter de passar por cima. Mas vou até o fim."


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