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Bornhausen reage a "cerceamento"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do PFL, senador
Jorge Bornhausen (SC), afirmou
ontem que a oposição não aceitará "cerceamento" do trabalho da
CPI dos Bingos e criará uma comissão somente para investigar a
morte de Celso Daniel, prefeito
petista de Santo André, caso o governo recorra ao STF (Supremo
Tribunal Federal) para impedir as
investigações.
O ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais) disse anteontem que existem setores do
governo que defendem uma ação
no STF contra a CPI dos Bingos.
Segundo o Planalto, a comissão
está fugindo do foco ao tratar da
suspeita de corrupção em prefeituras do PT, como Santo André.
"Não aceitaremos cerceamento
do governo ao trabalho da CPI. Se
isso ocorrer é porque o governo
está com medo da investigação e a
oposição no Senado não terá outro caminho se não criar uma CPI
para investigar somente o caso
Santo André", disse Bornhausen.
Segundo ele, a comissão tem fato determinado mas precisa ter
"elasticidade", já que ela foi instalada mais de um ano após seu pedido de criação, devido à ação do
governo. Originalmente o objetivo era investigar suposta cobrança de propina pelo ex-subchefe de
Assuntos Parlamentares da Casa
Civil Waldomiro Diniz.
Membros da CPI dos Bingos no
Senado também reagiram ontem
à declaração de Wagner.
"Por que o governo quer assumir a defesa de suspeitos de corrupção e até de homicídios? Não
tem o governo legitimidade, nem
jurídica nem ética, para impedir o
poder de investigação do Congresso Nacional", disse, em nota,
o relator da CPI, senador Garilbaldi Alves Filho (PMDB-RN).
Os senadores investigam, entre
outros pontos, se Celso Daniel foi
morto devido a suposto esquema
de corrupção do qual teria conhecimento Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Carvalho está
convocado para uma acareação
com irmãos do prefeito na próxima quarta.
Ao tentar defender o deputado
Onyx Lorenzoni (PFL-RS), vítima
de um pedido de cassação, Bornhausen fez ontem mais uma declaração polêmica. O pefelista
afirmou que os políticos do Rio
Grande do Sul são "pequenos" ao
se referir ao presidente do PT,
Tarso Genro, que é gaúcho.
Sentado ao lado de Onyx, que
também é gaúcho, Bornhausen
criticou Tarso por ter pedido a
cassação do pefelista. "Ele agiu
como um político do Rio Grande
do Sul, pequeno, no caso", disse o
senador. Onyx reagiu com um
sorriso constrangido.
Bornhausen disse, em agosto,
estar "encantado" com a crise política porque "a gente vai se ver livre dessa raça, por, pelo menos,
30 anos". Ele se referia ao PT.
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