JOHANNA NUBLAT
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Praticamente 25% dos atuais deputados federais pretendem trocar a vaga na Câmara pela administração de uma prefeitura a partir de 2009. Além disso, pelo menos cinco senadores e cinco ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva também pretendem deixar os atuais postos para comandar Executivos municipais.
Levantamento da Folha feito com parlamentares de 70 das 100 maiores cidades do país e com lideranças das bancadas de todos os partidos no Congresso mostra que 127 deputados federais são pré-candidatos às eleições de 2008.
Apesar de faltar praticamente um ano para a disputa é intensa a articulação nos Estados para definir quem vai encabeçar as principais chapas.
Como as convenções partidárias que definirão as candidaturas oficiais só ocorrem em julho do ano que vem, é provável que haja um enxugamento no número de congressistas, ministros e senadores que pretendem participar da disputa, já que muitos deles colocam seus nomes com o intuito de se cacifar regionalmente.
Em 2004, data da última eleição municipal, 90 deputados federais e senadores disputaram as eleições, número similar ao observado quatro anos antes, quando houve 95 congressistas-candidatos.
Ocupar um cargo no Legislativo parece não ser um diferencial positivo. Em 2004, 60 dos 90 deputados e senadores candidatos foram derrotados.
Na atual fase pré-eleitoral, há cidades que reúnem entre seus principais pré-candidatos vários deputados federais. É o caso de Londrina, onde são pré-candidatos os deputados Nedson Micheleti André Vargas (PT), Luiz Carlos Hauly (PSDB), Alex Canziani (PTB) e Barbosa Neto (PDT).
O PR concentra candidatos a prefeito em cidades menores. É o caso da deputada Tonha Magalhães (BA), pré-candidata em Candeias, e do deputado Dr. Paulo César (RJ), em Cabo Frio. "Tem prefeitura que dá para fazer um bom trabalho. Candeias, por exemplo, tem orçamento de R$ 1 bilhão", disse Luciano Castro (RR), líder da bancada.

Ministros
Os ministros que se colocaram ou são citados para a disputa de 2008 são Luiz Marinho (Previdência), principal pré-candidato do PT à prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), Marta Suplicy (Turismo) e Fernando Haddad (Educação), cotados para a disputa em São Paulo, e Hélio Costa (Comunicações) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), em Belo Horizonte.
No Senado, Patrícia Saboya chegou a colocar o mandato em risco para tentar disputar a Prefeitura de Fortaleza. Sem espaço no PSB para se lançar (o partido deve apoiar a candidatura à reeleição de Luizianne Lins, do PT), ela ingressou no PDT. Na semana que passou, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu que o mandato pertence à sigla, não ao político.
Outro senador que deve concorrer é Marcelo Crivella (PRB), que deve se colocar na disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Além dele, são citados Eduardo Azeredo (PSDB-MG), para Belo Horizonte, Almeida Lima (PMDB-SE), para Aracaju, e Ideli Salvatti (PT-SC), para Florianópolis.


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