São Paulo, terça-feira, 20 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Associação doou para campanha de Kassab em 2008

DA REPORTAGEM LOCAL

A AIB (Associação Imobiliária Brasileira) doou no ano passado R$ 2,54 milhões diretamente ao DEM do prefeito Gilberto Kassab, que foi reeleito.
As doações foram um dos motivos para o Ministério Público Eleitoral pedir a rejeição das contas de campanha, o que ainda não foi analisado.
Nas eleições municipais de 2008, a AIB doou ainda R$ 300 mil para o comitê financeiro do PT, que tinha Marta Suplicy como candidata à Prefeitura paulistana, e R$ 200 mil para o comitê do PSDB, cujo candidato era Geraldo Alckmin.
Em 2002, a entidade destinou R$ 50 mil para a campanha vitoriosa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2006, doou R$ 100 mil para o comitê de José Serra, que foi eleito governador.
Em maio deste ano, o juiz eleitoral Aloisio Sérgio Rezende Silveira já havia acolhido pedido do Ministério Público e determinou a revisão da prestação de contas de campanha de Kassab. À época, seu advogado negou irregularidades.
"A Justiça Eleitoral já julgou as contas, já julgou essa tese do Ministério Público Eleitoral e considerou-a improcedente. Se houvesse procedência nessa tese, não seria apenas o Kassab que seria impugnado, seria até o presidente", disse Ricardo Penteado, defensor do DEM.
A eventual confirmação de irregularidades na arrecadação e nos gastos de recursos pode levar à cassação do mandato.
Em sua ação, o promotor Mauricio Antonio Ribeiro Lopes questiona a legalidade de R$ 9,2 milhões (31%) dos R$ 29,7 milhões gastos no ano passado pela coligação de Kassab. A maior parte das doações partiu de empreiteiras com participação societária em concessionárias de serviços públicos. Mas também foram detectadas contribuições da AIB.
A AIB costuma fazer grandes doações. Em 2006, Walter Feldman (PSDB) foi o candidato a deputado federal por São Paulo que mais recebeu dela: R$ 400 mil para o hoje secretário paulistano de Esportes.
As doações da AIB já caíram na malha fina do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e da Receita Federal, que detectou contribuições ilegais em 2006.


Texto Anterior: Líder do DEM afirma estar "estarrecido"
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.