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IGREJA CATÓLICA
Religiosos dizem que mídia latino-americana faz campanha contra instituição e exige 'resposta' à altura
Bispos criticam meios de comunicação
das agências internacionais
Membros do Sínodo dos Bispos
para as Américas criticaram ontem, no Vaticano, a forma pela
qual os meios de comunicação latino-americanos noticiam a atuação da Igreja Católica na região.
Desde o início da semana, religiosos de todos os países da América estão reunidos no Vaticano
em evento inédito coordenado pelo papa João Paulo 2º.
Na reunião da manhã de ontem,
o maior crítico da atuação dos
meios de comunicação foi o bispo
de Ibagué (Colômbia), Juan Francisco Sarasti Jaramillo.
"A campanha claramente percebida na América Latina contra a
unidade da fé católica e contra a
influência social da Igreja obriga
esta a incrementar e qualificar sua
presença nos meios", afirmou.
Segundo o bispo, vencer a resistência dos meios de comunicação
seria o único caminho para lograr
"uma nova evangelização para o
terceiro milênio".
Jaramillo acredita que a igreja
deva revisar suas atitudes frente
aos meios de comunicação e ao
uso de novas tecnologias.
Uma das causas da possível campanha seria a falta de transparência da própria Igreja Católica, de
acordo com os religiosos.
Para o bispo de San Isidro (Argentina), Alcides Jorge Pedro Casaretto, a igreja está "chamada a
aprender muito com o mundo das
comunicações".
"A excessiva discrição com que
a igreja tratou determinados temas
faz com que hoje ela seja vista negativamente por ditos meios."
Ética
Um encíclica do papa sobre a ética e globalização da economia foi
pedida pelo bispo de Torreón (México), Luis Morales Reyes, ontem.
Nas 45 intervenções feitas pelos
religiosos até ontem, várias ressaltavam a necessidade de o papa se
pronunciar sobre a globalização.
"A palavra do papa será decisiva
para orientar positivamente esse
processo para o bem-estar de todos os homens", disse Reyes.
Segundo o bispo mexicano, o
processo de globalização representa "um desafio para os esforços da evangelização".
"Os efeitos (da globalização) sobre a consciência individual, as relações interpessoais, a cultura e a
organização humanas são múltiplos e serão ainda mais evidentes
no futuro", afirmou.
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