São Paulo, quinta, 20 de novembro de 1997.




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PRIVATIZAÇÕES
Empresa capixaba vence leilão com lance de R$ 625,55 milhões por 55,35% do capital da Enersul
MS vende energética com ágio de 83,79%

CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio

As propostas Escelsa R$ 625,55 mi
CMS R$ 562,1 mi
Vale/Previ/
Enron
R$ 555,96 mi
Tractebel
R$ 432,8 mi A Enersul (Empresa Energética do Estado do Mato Grosso do Sul) foi privatizada ontem, em leilão realizado na Bolsa do Rio, com ágio de 83,79% sobre o preço mínimo. A Escelsa (Espírito Santo Centrais Elétricas) venceu o leilão com um lance de R$ 625,55 milhões por 55,36% do capital.
O leilão foi pelo método de apresentação de envelopes fechados, e quatro concorrentes apresentaram propostas. O grupo EDF (Eléctricité de France) desistiu.
A Escelsa, representada no leilão pela corretora Unibanco, derrotou a operadora elétrica dos EUA CMS, dona da segunda melhor proposta, com R$ 562,1 milhões.
Também foram derrotados um grupo integrado por Vale do Rio Doce Energética, Previ e a norte-americana Enron (R$ 555,96 milhões) e a empresa belga Tractebel (R$ 432,8 milhões).
Mesmo perdendo como participante direta, a Previ, fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil, passou a ser acionista indireta da Enersul.
Ela é uma das controladoras da GTD, empresa formada por 17 fundos de pensão que possui 25% do capital da Escelsa.
O outro sócio controlador da empresa capixaba é a Iven, formada basicamente pelos bancos de investimentos Citibank, Pactual, Icatu e Opportunity. A Iven é dona de 52% do capital da Escelsa.
Apesar de deter a maioria absoluta do capital da Escelsa, a Iven compartilha seu controle com a GTD, por força de acordo prévio à privatização da empresa, realizada em julho de 1995.
Desenvolvimento
O governador do Mato Grosso do Sul, Wilson Martins (PMDB), comemorou o ágio obtido e disse que a sobra de dinheiro decorrente do pagamento de dívidas será aplicada no "desenvolvimento econômico e social do Estado".
A prevalecerem os termos do acordo prévio do Mato Grosso do Sul com o Ministério da Fazenda, essa sobra será de apenas cerca de R$ 100 milhões.
Do total de ações vendido ontem, o Estado só era dono de 40%, tendo vendido 60% à Eletrobrás durante o processo de saneamento da Enersul. A parcela estadual foi vendida ontem por R$ 250,22 milhões.
Desse total, o Mato Grosso do Sul deve R$ 94 milhões à própria Enersul e R$ 79 milhões ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O restante, por força do acordo, terá de ser usado para abater parte da dívida total de R$ 2,5 bilhões do Estado com a União.



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