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PRIVATIZAÇÕES
Empresa capixaba vence leilão com lance de R$ 625,55 milhões por 55,35% do capital da Enersul
MS vende energética com ágio de 83,79%
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
As propostas
Escelsa
R$ 625,55 mi
CMS
R$ 562,1 mi
Vale/Previ/
Enron
R$ 555,96 mi
Tractebel
R$ 432,8 mi
A Enersul (Empresa Energética
do Estado do
Mato Grosso do
Sul) foi privatizada ontem, em
leilão realizado
na Bolsa do Rio,
com ágio de
83,79% sobre o
preço mínimo. A Escelsa (Espírito
Santo Centrais Elétricas) venceu o
leilão com um lance de R$ 625,55
milhões por 55,36% do capital.
O leilão foi pelo método de apresentação de envelopes fechados, e
quatro concorrentes apresentaram propostas. O grupo EDF
(Eléctricité de France) desistiu.
A Escelsa, representada no leilão
pela corretora Unibanco, derrotou
a operadora elétrica dos EUA
CMS, dona da segunda melhor
proposta, com R$ 562,1 milhões.
Também foram derrotados um
grupo integrado por Vale do Rio
Doce Energética, Previ e a norte-americana Enron (R$ 555,96 milhões) e a empresa belga Tractebel
(R$ 432,8 milhões).
Mesmo perdendo como participante direta, a Previ, fundo de
pensão dos empregados do Banco
do Brasil, passou a ser acionista indireta da Enersul.
Ela é uma das controladoras da
GTD, empresa formada por 17
fundos de pensão que possui 25%
do capital da Escelsa.
O outro sócio controlador da
empresa capixaba é a Iven, formada basicamente pelos bancos de
investimentos Citibank, Pactual,
Icatu e Opportunity. A Iven é dona
de 52% do capital da Escelsa.
Apesar de deter a maioria absoluta do capital da Escelsa, a Iven
compartilha seu controle com a
GTD, por força de acordo prévio à
privatização da empresa, realizada
em julho de 1995.
Desenvolvimento
O governador do Mato Grosso
do Sul, Wilson Martins (PMDB),
comemorou o ágio obtido e disse
que a sobra de dinheiro decorrente
do pagamento de dívidas será aplicada no "desenvolvimento econômico e social do Estado".
A prevalecerem os termos do
acordo prévio do Mato Grosso do
Sul com o Ministério da Fazenda,
essa sobra será de apenas cerca de
R$ 100 milhões.
Do total de ações vendido ontem, o Estado só era dono de 40%,
tendo vendido 60% à Eletrobrás
durante o processo de saneamento
da Enersul. A parcela estadual foi
vendida ontem por R$ 250,22 milhões.
Desse total, o Mato Grosso do
Sul deve R$ 94 milhões à própria
Enersul e R$ 79 milhões ao BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O restante, por força do acordo,
terá de ser usado para abater parte
da dívida total de R$ 2,5 bilhões do
Estado com a União.
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