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TRANSIÇÃO
Presidente do PT deve ser titular da Casa Civil e Palocci, da Fazenda
Dirceu diz preferir governo; Mercadante quer o Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com declarações públicas de
duas figuras-chaves do PT para a
formação do ministério do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da
Silva, ficou praticamente definido
que o segundo nome da equipe de
Lula será o presidente do partido,
José Dirceu, e que a Fazenda deverá ser ocupada por Antônio Palocci Filho, coordenador da equipe de transição e prefeito de Ribeirão Preto (SP).
Dirceu, que é deputado federal
reeleito, afirmou que prefere "ir
para o governo" a ser candidato a
presidente da Câmara. Ele disse
que esse também é o desejo de Lula. Dirceu provavelmente será o
ministro-chefe da Casa Civil.
E o deputado federal Aloizio
Mercadante, senador eleito por
São Paulo, afirmou que deseja
continuar no Congresso. Como
ele é um dos cotados para a Fazenda, sua declaração pública reforça a possibilidade da ida de Palocci para a pasta.
Até agora, portanto, Dirceu e
Palocci são os nomes que publicamente são assumidos pelo PT como futuros ministros.
Anteontem, em visita a Ribeirão
Preto, Lula disse que Palocci, prefeito licenciado da cidade, "dificilmente" voltaria ao cargo e que
precisaria dele em Brasília. Lula
não mencionou o posto a ser ocupado por Palocci porque existe a
possibilidade cada vez menor de
ele ser ministro do Planejamento.
Desde que começou a formar o
seu governo, Lula disse a auxiliares que não poderia ter Dirceu e
Mercadante ao mesmo tempo no
governo porque perderia um dirigente de peso no Congresso. Os
dois formam a cúpula da cúpula
petista e a definição de seu futuro
desencadearia as nomeações para
o ministério, especialmente para
um "núcleo duro" de pastas que
Lula pretende preencher com petistas de sua confiança: a Casa Civil, a Secretaria Geral da Presidência, a Fazenda e o Planejamento.
Na semana passada, o presidente eleito conversou com Dirceu e
Mercadante sobre o futuro, apesar de, por enquanto, ambos dizerem que falam em caráter pessoal
e que caberá a Lula a decisão final.
"Minha preferência é pelo governo, mas o presidente eleito dará a
última palavra. Irei para onde ele
quiser", afirmou Dirceu.
Mercadante disse crer que a sua
"melhor contribuição para o novo governo seria iniciar a próxima
legislatura como senador", mas
não descarta ocupar um ministério ao longo do mandato de Lula.
Confirmada a permanência no
Congresso, Mercadante deve ser o
líder do governo no Senado e formar junto com outros quatro ministros o chamado "núcleo duro"
do governo petista.
Lula tinha chegada prevista para ontem à noite em Brasília para
começar a definir a formação do
ministério. Ele se reuniria ontem
com Dirceu e Palocci, que recebeu
a missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) que está no
Brasil para uma das rodadas de
revisão do acordo fechado em
agosto.
O presidente eleito ainda discutiria com Dirceu a formação da
comitiva e a pauta do encontro
com o presidente dos Estados
Unidos, George W. Bush. Há uma
reunião entre Lula e Bush marcada para o dia 10 de dezembro em
Washington.
O embaixador do Brasil na capital dos EUA, Rubens Barbosa,
reuniu-se ontem por mais de uma
hora com Dirceu a fim de preparar a viagem. Segundo ele, "o encontro pessoal é importante para
criar uma empatia entre os dois e
gerar um clima de confiança que
beneficiará a relação entre os dois
países nos próximos anos".
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