São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 2002

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Lula se reúne com tucanos eleitos

ELIANE CANTANHÊDE
ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, amplia sua agenda interna e externa participando da reunião dos sete governadores eleitos do PSDB na próxima segunda-feira, em Araxá (MG), e do café da manhã de presidentes e representantes de legislativos da América Latina, hoje, em Brasília.
A participação de Lula nos encontros foi definida em telefonema anteontem para o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), que articula tanto a reunião dos tucanos quanto a dos parlamentares latino-americanos.
Segundo Aécio, a presença de Lula na reunião dos novos governadores do PSDB será importante para os dois lados. Para Lula, porque ele poderá apresentar sua agenda para o início de governo. Para os tucanos, para mostrar que não farão a Lula "a oposição que o PT fez ao PSDB".
"O PT via vício de origem em tudo o que partia de nós [tucanos]: "Veio do governo FHC? Pode ser ótimo, mas somos contra". Não faremos oposição assim."
Aécio acha importante para o país que Lula assuma no início de janeiro cercado por um amplo apoio político e popular, até para que "não fique nas mãos do PT, especialmente dos setores mais radicais do partido".
"Lula teve em torno de 60% dos votos, que nenhum partido tem. Ou seja, ele tem mais amplitude política do que o PT e não pode ficar refém de vontades e interesses do partido", disse Aécio à Folha.
Quanto ao PSDB, Aécio disse que há uma espécie de consenso: "Nenhum de nós, governadores, vai botar a faca no peito do presidente eleito". Não faltam motivos, porém, para o governador eleito de Minas "botar a faca no peito" de Lula. Hoje governado pelo ex-presidente Itamar Franco (sem partido), o Estado está em sérias dificuldades financeiras.
O café da manhã de hoje com os parlamentares de mais de 30 países da América Latina será na residência oficial da presidência da Câmara. O tema é o mesmo que trouxe esses políticos a Brasília: a implantação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
"As pessoas dizem não à Alca sem saber do que se trata. O Congresso precisa debater bem a questão, até para respaldar as negociações que serão conduzidas pelo futuro governo", disse Aécio, que tem se afirmado como um dos principais interlocutores de Lula no PSDB.


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