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Lula se reúne com tucanos eleitos
ELIANE CANTANHÊDE
ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE
O presidente eleito, Luiz Inácio
Lula da Silva, amplia sua agenda
interna e externa participando da
reunião dos sete governadores
eleitos do PSDB na próxima segunda-feira, em Araxá (MG), e do
café da manhã de presidentes e representantes de legislativos da
América Latina, hoje, em Brasília.
A participação de Lula nos encontros foi definida em telefonema anteontem para o presidente
da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), que articula tanto a reunião
dos tucanos quanto a dos parlamentares latino-americanos.
Segundo Aécio, a presença de
Lula na reunião dos novos governadores do PSDB será importante
para os dois lados. Para Lula, porque ele poderá apresentar sua
agenda para o início de governo.
Para os tucanos, para mostrar que
não farão a Lula "a oposição que o
PT fez ao PSDB".
"O PT via vício de origem em
tudo o que partia de nós [tucanos]: "Veio do governo FHC? Pode ser ótimo, mas somos contra".
Não faremos oposição assim."
Aécio acha importante para o
país que Lula assuma no início de
janeiro cercado por um amplo
apoio político e popular, até para
que "não fique nas mãos do PT,
especialmente dos setores mais
radicais do partido".
"Lula teve em torno de 60% dos
votos, que nenhum partido tem.
Ou seja, ele tem mais amplitude
política do que o PT e não pode ficar refém de vontades e interesses
do partido", disse Aécio à Folha.
Quanto ao PSDB, Aécio disse
que há uma espécie de consenso:
"Nenhum de nós, governadores,
vai botar a faca no peito do presidente eleito". Não faltam motivos,
porém, para o governador eleito
de Minas "botar a faca no peito"
de Lula. Hoje governado pelo ex-presidente Itamar Franco (sem
partido), o Estado está em sérias
dificuldades financeiras.
O café da manhã de hoje com os
parlamentares de mais de 30 países da América Latina será na residência oficial da presidência da
Câmara. O tema é o mesmo que
trouxe esses políticos a Brasília: a
implantação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
"As pessoas dizem não à Alca
sem saber do que se trata. O Congresso precisa debater bem a
questão, até para respaldar as negociações que serão conduzidas
pelo futuro governo", disse Aécio,
que tem se afirmado como um
dos principais interlocutores de
Lula no PSDB.
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