São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2003 |
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CAFÉ COM BANDEIRA Dirigente do PT diz que marcha não voltará "de mãos vazias" porque o partido apóia o MST Genoino promete apoio aos sem-terra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Os quase 2.000 integrantes da marcha do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo chegaram ontem a Brasília e tomaram café da manhã (pão com mortadela e café com leite) com o presidente do PT, José Genoino, e outros petistas. A marcha saiu de Candangolândia (cidade-satélite de Brasília) por volta de 7h30 e às 8h30 parou em frente a um shopping, onde houve um ato com a participação de Genoino e dos deputados petistas Adão Pretto (RS), Orlando Desconsi (RS), Luciana Genro (RS), João Alfredo (CE) e João Grandão (MS). Os parlamentares chegaram de carro e alcançaram a marcha a poucos metros do shopping. Em cima do caminhão de som, Genoino foi aplaudido quando disse que os sem-terra não vão "sair da marcha de cabeça baixa nem com as mãos vazias porque o PT está com eles". Distribuiu autógrafos em camisas e bonés do MST e posou para fotos. Os sem-terra seguiram marchando até o Expo-Brasília, no parque da cidade, onde acamparam. O movimento pagou à administração do parque R$ 20 mil pelo aluguel do espaço até sexta. "Quem é Rossetto?" Vestindo uma camisa da seleção brasileira e um boné do MST, Valdevino Aparecido Santos, 30, chegou com seus quatro filhos e a mulher, Neide Gomes da Silva, 38. Ele trabalhava em uma plantação de tomate em Anápolis (GO) até perder o emprego, nove meses atrás. Ele se juntou à marcha no último domingo, em Goiânia (GO). "Viemos caminhando desde Goiânia. As crianças ficam um tempo na Ciranda [ônibus do movimento], outro tempo caminhando junto da gente", disse ele. A poucos metros do casal, a sem-terra fluminense Liliene Cabral Camelo, 34, destoava um pouco do grupo. Com um celular na cintura, ela perguntava como ligar para um tio que vive em Brasília. O celular, presente do pai, é de cartão: "Quando acaba os créditos, ele compra um cartão com o dinheiro da aposentadoria". Quando ouviu duas pessoas comentando a possível presença de Miguel Rossetto na conferência de hoje sobre reforma agrária, perguntou: "Quem é esse Rossetto?" Informada, disse que não conhece os ministros, por falta de tempo "para ver TV". (TALITA FIGUEIREDO) Texto Anterior: Questão agrária: MST chama de "ridícula" a reforma agrária de Lula Próximo Texto: "Médico não ouviu amputado", diz ruralista Índice |
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