DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-presidente do Inep, Eliezer Pacheco, diz ser produto de "rixa pessoal" e de disputa política as acusações de aparelhamento. "É natural que se façam composições e o presidente indique pessoas de sua confiança."
Eliezer considera "preconceito" duvidar que uma professora de educação física tenha competência para cuidar de testes de avaliação, referindo-se à situação de Clarice dos Santos Santos, diretora do Banco Nacional de Itens. "A professora Clarice está fazendo mestrado em educação na Universidade de Brasília. O problema é que o Carlos Henrique de Araújo é ligado ao ex-ministro da Educação Cristovam Buarque", afirmou.
Ele sustentou que outras nomeações ligadas à sua corrente no PT obedeceram a "critérios técnicos". Admitiu problemas no pagamento de professores que prestaram serviços, mas "que devem estar sendo solucionados".
Reynaldo Fernandes, o atual presidente, disse que já autorizou o pagamento, embora os interessados, até a noite de sexta-feira, desconhecessem a decisão. "É a primeira manifestação concreta do presidente do Inep sobre o assunto", comemorou Reinaldo Lima Reis, um dos que estão sem receber.
Empossado há cerca de 40 dias, Fernandes confirmou ser amigo do ministro da Educação, disse não ser filiado a partido e que ainda avalia a situação do Inep. "Tenho carta branca para fazer o que achar necessário."
A maior preocupação de Fernandes é com a efetivação de um corpo permanente de funcionários, uma vez que, a partir de abril, estará proibida a contratação via organismos internacionais.
Já Clarice dos Santos Santos negou, no início do telefonema, conhecer Araújo. Após ser questionada pela Folha se ele tinha sido chefe dela, ela disse que sim.
Em seguida, a Folha perguntou se ela era professora de educação física. A resposta: "Moço, eu me recuso a responder assuntos pessoais para o senhor por telefone". Após a pergunta de por que ela achava que era assunto pessoal, desligou o telefone.


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