São Paulo, domingo, 20 de novembro de 2005

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Ministro pede prioridade em educação

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do PT, Ricardo Berzoini, disse ontem, durante um seminário para discutir os desafios do PT e do Brasil, que o partido precisa fazer um balanço não-ufanista da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Sugeriu também que o PT deve discutir instrumentos para que o desenvolvimento econômico e a distribuição de renda se acelerem.
Segundo Berzoini, "é necessário centralizar o processo de renovação política no Brasil na questão da educação, sem prejuízo de qualquer outra área do governo".
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse durante o seminário que "o investimento na educação ainda não foi incluído na agenda econômica do país".
Haddad se referia às duas metas que o governo se propôs a perseguir: controle da inflação e redução da relação dívida/PIB (Produto Interno Público). Ele classificou como "progressista" a idéia de atingir esses objetivos, mas questionou se ambas são factíveis.
"Dívida pública é concentradora de renda e drena recursos que seriam destinados a investimentos", indicou o ministro.
O presidente do PT voltou a defender uma discussão sobre o relacionamento entre partido e governo. "É fundamental que o PT tenha com clareza seu papel partidário e sua influência no processo governamental, sem abrir mão de sua característica institucional e funcional."
Para ele, o PT não pode "se submeter à lógica e à conveniência do governo, mas deve saber de sua responsabilidade com o governo e com a democracia".
Berzoini disse estar convencido de que as eleições do próximo ano se darão "em cima de resultados". "Temos de travar diariamente este enfrentamento que já é trazido para o palco político através das conveniências que nós sabemos quais são", afirmou ele.
"Não estou me referindo apenas à crise, que teve papel político importante neste ano, mas falo também da disputa de avaliação sobre o governo, que será feroz."
O próprio presidente Lula, em mais de uma ocasião, já disse que em 2006, "no momento adequado", irá fazer a comparação entre as realizações de seu governo e as de Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor.


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