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O PERSONAGEM
Senador gaúcho exige demissão de Mendonça de Barros, mas diz que gosta do ministro
Simon provoca risos e rouba a cena
da Sucursal de Brasília
O senador Pedro Simon
(PMDB-RS) roubou a cena no
depoimento de ontem ao cobrar
publicamente a renúncia do ministro Luiz Carlos Mendonça de
Barros (Comunicações).
Apesar de ter sido um dos momentos mais duros do depoimento, foi paradoxalmente o
mais descontraído.
Depois de pedir ao ministro
que se demitisse, o senador gaúcho afirmou: "Gosto muito do
senhor".
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
que conduzia a sessão, arrancou
gargalhadas do plenário ao comentar, ao microfone: "Imaginem se não gostasse".
Simon também provocou risos
ao apontar reportagens publicadas pela imprensa e dizer: "Com
esse noticiário, não vão deixá-lo
em paz. Essa gente, quando pega,
não larga mais".
Gesticulando muito, a ponto de
bater no microfone da tribuna,
Simon disse que havia assinado a
proposta de criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), apesar de ser contrário a ela.
"Eu assino todas. Se é CPI, eu assino", afirmou.
Um dos momentos mais tensos
ocorreu quando o ministro respondia às perguntas do senador
Roberto Requião (PMDB-PR),
procurando justificar suas declarações nas fitas gravadas clandestinamente.
"Acho que vossa excelência
mesmo, nobre senador, em algum momento de mais raiva,
disse: 'Eu ainda mato este sujeito'", afirmou o ministro Mendonça de Barros.
"Tranquilize-se, senhor ministro, não é essa a minha intenção.
É simplesmente fazê-lo responder nos tribunais pelos ilícitos
que cometeu", retrucou Roberto
Requião.
O ministrou chegou ao Senado
às 9h50. O único líder governista
que o esperava na entrada era o
tucano Sérgio Machado (CE).
Mendonça de Barros estava
acompanhado de uma "tropa de
choque": André Lara Resende,
presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Renato
Guerreiro, presidente da Anatel,
e o secretário-executivo do ministério, Juarez Quadros. Os três
assistiram a todo o depoimento.
O ministro foi levado ao gabinete de ACM, onde se encontravam outros líderes governistas
da Câmara e do Senado.
Mendonça de Barros perguntou ao presidente do Senado se
Lara Resende poderia falar na
sessão, uma vez que suas conversas também foram grampeadas.
ACM disse que o presidente do
BNDES poderia se manifestar se
houvesse perguntas dirigidas a
ele no depoimento.
O presidente do Senado passou
quase toda a sessão aparentando
mau humor.
Ao final da tarde, o ministro telefonou a ACM para agradecer a
maneira como foi recebido.
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