São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 2002

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SÃO PAULO

Após diplomação de eleitos, petistas lançam candidatura à presidência da Casa

PT confronta PSDB na Assembléia

DA REPORTAGEM LOCAL

A bancada do PT na Assembléia de São Paulo anunciou ontem, logo após a diplomação do governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB), que pretende disputar a presidência da Casa.
Os petistas elegeram a maior bancada da Assembléia -23 deputados, cinco a mais que os tucanos- e, com base na tradição do Legislativo estadual, dizem ter o direito de indicar o próximo presidente, que substituirá Walter Feldman (PSDB).
"Ainda não temos um nome definido, mas queremos o PSDB apoiando um candidato nosso. A tradição tem que ser mantida", disse o deputado Carlinhos Almeida, líder do PT na Casa.
Os tucanos consideram o anúncio uma afronta, pois o governo de Alckmin já assegurou a maioria parlamentar e, se não houver consenso, os nomes serão submetidos à votação, em março.
O líder do governo na Assembléia, Duarte Nogueira (PSDB), afirmou que seu partido não abre mão da presidência. "Em nenhum lugar está escrito que o partido que faz a maior bancada tem a presidência da Casa assegurada. Se fosse assim, não haveria eleição", disse o deputado estadual.
A decisão do PT foi interpretada pelos tucanos como uma reação do partido às negociações entre o PSDB e o PFL para a formação de um bloco de oposição ao governo Lula na Câmara dos Deputados.
Logo após ter sido diplomado pela Justiça, na Assembléia, Alckmin pregou a importância de um bom relacionamento entre Executivo e Legislativo, mas ressaltou a independência.
Com Alckmin, foram diplomados os senadores eleitos por São Paulo Aloizio Mercadante (PT) e Romeu Tuma (PFL) e os deputados federais e estaduais do Estado que tomam posse em 2003.
Enéas Carneiro (Prona), o deputado federal mais votado do país, foi vaiado após ser chamado para receber seu diploma.

Secretários
Nomes de novos integrantes do governo Alckmin deverão ser conhecidos na próxima semana, conforme afirmou ontem o governador reeleito. Três secretários foram anunciados na terça -Arnaldo Madeira (Casa Civil), Andrea Calabi (Planejamento) e João Carlos Meirelles (Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo), todos do PSDB.
Apenas metade dos atuais secretários deverá ser trocada.
Na última terça, a Assembléia aprovou o Orçamento para o ano que vem do governo, em um valor total de R$ 54,6 bilhões.


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