São Paulo, segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

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PAINEL

Sem barraco
O PFL já decidiu não quebrar louça caso Roseana Sarney se torne ministra de Lula. Na definição de um líder partidário, a senadora terá direito a um desembarque "de baixo perfil". Sem recriminações.

Cada um por si
Cumprida a cerimônia do adeus, o PFL entende que Roseana deverá procurar tempo de TV em outra freguesia caso venha a disputar o governo do Maranhão em 2006. No máximo, a cúpula evitaria intervir de imediato no diretório estadual.

Curto-circuito 1
Um dos motivos que levaram Roberto Requião a engrossar o caldo dos oposicionistas do PMDB se chama Jorge Samek. O governador do Paraná acha que Lula quer lançar o diretor-geral de Itaipu Binacional, seu bom amigo, à sucessão estadual.

Curto-circuito 2
Os tucanos têm pouca esperança de tirar proveito do fim do tumultuado casamento de Requião com o PT do Paraná. Sabem que ele e o senador Álvaro Dias (PSDB) ainda não curaram as feridas da campanha de 2002.

Festa da firma
A última reunião da coordenação política do governo Lula neste ano acontece hoje, dia em que também será realizado o evento de Natal para os funcionários do Palácio do Planalto.

Janela de oportunidade 1
Pelo menos dois fatores, segundo José Carlos Aleluia (PFL-BA), permitem crer que a oposição tem chances de emplacar o próximo presidente da Câmara: "O PT não possui candidato natural, e este é um governo de minoria, o que torna frágil sua relação com os demais partidos".

Janela de oportunidade 2
Ainda Aleluia, sobre a extensa lista de candidatos petistas ao comando da Câmara: "Quem tem muitos não tem nenhum". Para o pefelista, não é hora de a oposição escolher um nome: "Só poderá dar certo se deixarmos essa questão para depois".

De Bagdá a Brasília
Primeiro repórter a anunciar ao mundo o início do bombardeio americano ao Iraque, o português Carlos Fino, ex-RTP, agora dá expediente na embaixada de seu país no Brasil.

Samba-enredo
Enquanto muitos ainda organizam o final de ano, Eduardo Suplicy já sabe o que fará no Carnaval. A folia do senador petista será nos EUA, onde discutirá renda básica de cidadania com Amartya Sen, prêmio Nobel de economia, em preparação para novo livro sobre o tema.

Tenho dito
Sem medo de queimar a língua, o deputado Campos Machado, principal líder do PTB em São Paulo, afirma: "O apoio a José Serra, a partir de 2005, será do total dos sete vereadores petebistas, ou, na pior das hipóteses, da maioria esmagadora".

Na mesa
O acordo de Serra com o PTB chegou a ser anunciado pelo futuro secretário municipal de Governo para em seguida ser desmentido por vereadores do partido. Mas ainda há água rolando debaixo da ponte.

Vôo próprio 1
Dono de bancada "particular" de vereadores, o atual presidente da Câmara paulistana, Arselino Tatto (PT), não excluirá parceiros em seu esforço para ficar com a estratégica secretaria-geral da Casa no ano que vem.

Vôo próprio 2
Se o bloco hoje formado por PTB-PMDB-PP-PL rachar até a posse de Serra, levando o comando da Câmara para as mãos do partido que venceu a eleição municipal, Arselino Tatto não descarta estabelecer algum entendimento com os tucanos.

TIROTEIO

De Geddel Vieira Lima (BA), deputado federal da parcela oposicionista do PMDB, sobre a perspectiva de Roseana Sarney ganhar assento na Esplanada dos Ministérios:
-Os petistas não precisam mais se angustiar. Finalmente acharam uma diferença entre o atual governo e o anterior: Fernando Henrique nomeou o filho; Lula vai nomear a filha.

CONTRAPONTO

Gravatas e bravatas

Como não havia sessão plenária na quinta-feira, Chico Alencar (PT-RJ) chegou sem gravata à reunião do Conselho de Ética da Câmara sobre André Luiz (PMDB-RJ), suspeito de achaque. Inconformado com o visual do colega, Edmar Moreira (PL-MG) pediu a palavra:
-Adoro andar de bermuda e chinelos, quando acabar meu mandato queimarei minhas gravatas, mas exijo que o deputado se componha agora!
-Aqui é preciso ter caráter e andar a caráter. Se o nobre colega tiver gravata que vai queimar no futuro para me emprestar, aceito-, respondeu Alencar.
-Não seja irônico, sr. deputado. Cumpra o regimento!
Foi quando um dos presentes emprestou sua gravata ao petista. Duas horas depois da refrega, Alencar recebeu em seu gabinete uma gravata italiana cor de vinho: "Com os cumprimentos do deputado Edmar Moreira".


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