São Paulo, segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

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PT X PSDB

Tucano quer barrar trabalhos

Votação do Orçamento está sob ameaça de SP

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Congresso Nacional começa a analisar hoje os dez relatórios que comporão a proposta final de Orçamento para 2005, mas o PSDB promete impedir as votações em Brasília enquanto a Câmara de São Paulo não aumentar de 5% para 15% a autorização para que o futuro prefeito, José Serra (PSDB), possa remanejar verbas do Orçamento municipal.
O ministro José Dirceu (Casa Civil) e o presidente nacional do PT, José Genoino, tentavam até ontem convencer os vereadores do partido em São Paulo a acatarem a modificação. A Comissão de Finanças da Câmara paulistana, que é controlada pela base de apoio de Marta Suplicy (PT), decidiu na quinta-feira reduzir o poder de remanejamento do orçamento de 15% para 5%.
"Creio que vão prevalecer regras civilizadas, não dá para ser na lei de talião, olho por olho, dente por dente, senão vamos ficar todos caolhos e banguelas", disse o presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, deputado federal Paulo Bernardo (PT-PR).
O temor é que o Orçamento federal de 2005 não seja votado até o final do ano, o que traria complicações administrativas para o governo.
Mesmo sendo minoritário, o PSDB pode emperrar a votação em Brasília já que o regimento da comissão de Orçamento dá margem a manobras protelatórias.
Além disso, raramente há quórum mínimo para as sessões, que só são realizadas por meio de acordo político que ignora o quórum determinado.
"Não estamos chantageando ninguém, não estamos agindo em interesse próprio, queremos é manter para o próximo prefeito de São Paulo as condições para governar uma cidade de quase 11 milhões de habitantes", afirmou o deputado federal Alberto Goldman (PSDB-SP).
Além do problema orçamentário, PT e PSDB divergem também na composição da próxima Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Paulo. Segundo os tucanos, o PT articula para derrotar o candidato de Serra, Ricardo Montoro (PSDB).


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