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Livremente, governo pode usar R$ 86 bi
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com a aprovação da
prorrogação da DRU (Desvinculação de Receitas da
União), o governo federal
poderá dispor livremente
de R$ 86 bilhões de sua arrecadação no próximo
ano, o que reduzirá os gastos obrigatórios em seguridade social e na área da
educação.
A seguridade -saúde,
previdência e assistência
social- perderá R$ 35,9
bilhões só em recursos das
contribuições criadas para
financiar exclusivamente
o setor. O valor seria R$ 6
bilhões maior se a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira)
não tivesse sido derrubada
na semana passada pelo
Congresso.
Já a educação tem perda
potencial de R$ 8,3 bilhões, que pode cair em R$
2 bilhões se o governo
mantiver o compromisso,
assumido durante as negociações para a prorrogação da CPMF, de reduzir a
incidência da DRU nos recursos da área.
Introduzida em caráter
provisório pelo Plano
Real, em 1994, a DRU é
uma espécie de fundo formado por 20% da receita
de quase todos os impostos e contribuições federais -a exceção mais importante é a contribuição
previdenciária, que, com
R$ 160,5 bilhões esperados em 2008, é o tributo de
maior arrecadação. A DRU
permite ao governo remanejar as receitas da União,
antes vinculadas a gastos
obrigatórios.
O mecanismo foi inspirado em estudos do FMI
(Fundo Monetário Internacional) para contornar
uma característica típica
da despesa pública nos
países latino-americanos:
a prática de fixar, em leis
ou no texto constitucional,
o destino dos recursos tributários, reduzindo a autonomia do Poder Executivo.
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