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Após acordo, Senado prorroga DRU
Para não perder, Planalto aceitou exigências do PSDB e do DEM e conquistou 20 votos da oposição
Principal condição é que o governo não lance pacote econômico que aumente
a carga tributária com o
fim de compensar a CPMF
ADRIANO CEOLIN
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com os votos da oposição, o
governo conseguiu aprovar ontem, com 65 votos contra 6, a
prorrogação da DRU (Desvinculação de Receitas da União)
até 2011. A PEC (proposta de
emenda constitucional) segue
agora para promulgação.
Para não ser derrotado, os
aliados do Palácio do Planalto
tiveram de aceitar condições
impostas por DEM e PSDB.
A principal delas é a garantia
de que o governo não irá lançar
pacote econômico que resulte
no aumento da carga tributária
para compensar a CPMF.
O acordo no segundo turno
permitiu um aumento no número de votos favoráveis. No
primeiro, a oposição contribuiu com 15 votos. Agora foram
20 de um total de 28. Dessa vez,
os 11 tucanos presentes ajudaram o governo e, no DEM, houve apenas três votos contrários.
Na base do governo, dois senadores votaram contra: Jarbas
Vasconcelos (PMDB-PE) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).
"O Planalto entendeu que
não tem maioria nesta Casa para votar emenda constitucional
e resolveu conversar com a
oposição", disse o líder do
DEM, José Agripino (RN), que
votou contra a prorrogação. Na
semana passada, a oposição foi
determinante para derrubar a
CPMF, que resultou na retirada de R$ 38 bilhões previstos
no Orçamento 2008.
Além de tentar garantir os
votos necessários, o acordo
permitiu o não-cumprimento
de prazos regimentais para realizar a votação ontem. Como o
primeiro turno da DRU foi votado na quarta-feira passada,
era necessária a realização de
mais cinco sessões até o segundo turno, o que empurraria a
votação para 2008.
Para ajudar o governo, DEM
e PSDB quiseram também a garantia de que, a partir de fevereiro, o Planalto irá discutir
com a oposição a reforma tributária. A começar pela aprovação da emenda constitucional que regulamenta os gastos
da União com a saúde.
O acordo incluiu a aprovação
de projeto que transferiu para a
União dívida de R$ 1,27 bilhão
do Estado do Paraná com o
Itaú, referente à privatização
do Banestado. A União terá de
devolver ao Estado R$ 200 milhões cobrados de multa. Anteontem, o governo havia sido
obrigado a aceitar a suspensão
da dívida de Banco do Estado
de Rondônia com a União, no
valor de R$ 2,9 bilhões.
O acordo foi fechado na tarde
de ontem, em reunião no gabinete da liderança do PSDB. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), esteve
à frente das negociações, mantendo contatos telefônicos com
o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais).
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