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Presidente vai insistir para ter civil à frente da Defesa
da Sucursal de Brasília
Apesar da resistência do PFL, o
presidente Fernando Henrique
Cardoso vai insistir até o último
momento em ter o vice, Marco
Maciel (PFL-PE), à frente do Ministério da Defesa. Essa é a vontade
dos próprios militares. FHC prometeu apresentar o ministério
completo terça ou quarta.
Se a operação convencimento de
Maciel for malsucedida, o presidente trabalha com a seguinte linha: buscar sempre o nome de um
civil, político, de preferência um
"senador eleito que não tenha brigado com os militares".
Alguns senadores, capitaneados
pelo próprio presidente do Congresso, o senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA), introduziram na lista de ministeriáveis de
FHC o nome de Elcio Alvares
(PFL-ES). Inconveniente: é um senador derrotado perdeu, na tentativa de se reeleger, para o tucano
Paulo Hartung.
A Folha apurou que FHC, apesar
desse inconveniente, prefere Alvares a outros dois nomes que ele
tem em sua lista: o de Celso Lafer e
o de José Sarney (PMDB-AM).
O senador Sarney esnobou a
idéia e causou até indignação entre
alguns grupos militares. Questionado sobre a possibilidade de assumir a Defesa, disse que, para um
ex-presidente, assumir um ministério era o mesmo que "crescer como rabo de cavalo": para baixo.
Lafer, 57, está de volta ao país depois de chefiar a Delegação Permanente do Brasil junto a organismos
da ONU, em Genebra (Suíça).
É um intelectual e estudioso das
relações internacionais que serviu
o Itamaraty como chanceler do governo Collor, de abril a outubro de
92. Em resumo, é difícil não ver em
Lafer a figura de um diplomata e o
presidente quer evitar o que mais
desagradaria as Forças Armadas: a
interpretação de que o Itamaraty,
ou qualquer outra "corporação
ministerial", passaria a mandar
nos militares.
Alvares é o líder do governo no
Senado e chegou a ser sondado para ocupar a presidência do Sebrae
(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), com salário de R$ 17 mil. Foi avisado de
que FHC já "está encaminhando
outro nome" para o Sebrae e que,
para ele, "tinha coisa melhor".
Anteontem, acompanhou FHC
na viagem a Igarapava (SP) e Salvador. Na confraternização feita
na cabine do Boeing presidencial,
por conta do aniversário do líder
tucano no Senado, Sérgio Machado (PSDB-CE), Alvares chegou a
ser parabenizado pela sondagem
oficiosa para a pasta da Defesa.
²
Comandantes
A indefinição sobre o nome para
o Ministério da Defesa não deve,
no entanto, contaminar a escolha
dos futuros comandantes de cada
uma das Forças.
Como os escolhidos deverão ser
os militares mais antigos, estão
praticamente certos os nomes do
general-de-exército Gleuber Vieira, no comando do Exército, do
brigadeiro-do-ar Walter Werner
Braüer, para o comando da Aeronáutica, e do almirante-de-esquadra Sérgio Gitarana Florêncio Chagas Telles, para a Marinha.
Cada um é hoje o chefe do Estado-Maior da sua Força. Como a
convocação extraordinária do
Congresso só começa no dia 4 de
janeiro, e no dia que o presidente
assumir, dia 1º, a Lei Complementar das novas funções dos militares, ainda não estará aprovada, os
comandantes das Forças devem ficar, interinamente, à frente dos
atuais ministérios.
(RUI NOGUEIRA, RENATA GIRALDI e
WILLIAM FRANÇA)
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