|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONFLITO NO CAMPO
Roberto Junqueira teria confessado disparos contra sem-terra
Acusado de balear Rainha é preso
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TEODORO SAMPAIO
O pecuarista Roberto Junqueira
foi preso na noite de anteontem,
em Rosana (760 km de São Paulo), acusado de ser o autor do
atentado contra o líder do MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra), José Rainha Jr.
Segundo o delegado de Teodoro
Sampaio, Donato Farias de Oliveira, Junqueira foi preso e autuado em flagrante por volta das
21h30 de anteontem, quando deixava a fazenda Santa Rita do Pontal, na região do Pontal do Paranapanema. Ao ser preso, ele teria
admitido ser o autor dos disparos
contra o líder do MST.
Rainha, 40, foi atingido com um
tiro nas costas às 11h30 de anteontem, quando estava na fazenda
Santa Rita, ocupada na madrugada de sábado por cerca de 200 famílias sem-terra. Ele já deixou o
hospital e passa bem.
Depois de prestar depoimento
em Presidente Wenceslau, Roberto Junqueira foi transferido para o
presídio de Santo Anastácio. Ele é
o administrador da fazenda Santa
Rita do Pontal, que tem 3.800 hectares que pertence à sua irmã, Ione Junqueira, radicada nos Estados Unidos. Junqueira disse que
militantes do MST dispararam
contra os cavalos em que estavam
ele e mais dois funcionários da fazenda. A versão de Rainha é diferente. Segundo o líder dos sem-terra, ele chegou à fazenda por
volta das 10h de sábado, quando a
ocupação já havia ocorrido.
Rainha disse que, depois de participar de uma assembléia, estava
deixando a área dirigindo um veículo Gol com mais dois militantes
do MST: a secretária Fátima Cerqueira e o líder da regional do
MST de Teodoro Sampaio, Sérgio
Pantaleão. "Em uma curva surgiram três cavaleiros. O Roberto
chegou ao meu lado e disse que eu
iria morrer. Saltei do carro e fugi,
com ele atrás atirando. Mesmo ferido consegui pular uma cerca e
entrar no mato."
Sérgio Pantaleão teria se fingido
de morto para escapar da perseguição. Fátima Cerqueira também teria sido ameaçada.
Depois do atentado contra Rainha, as cerca de 200 famílias que
haviam ocupado a área deixaram
a fazenda.
Texto Anterior: PL mantém indefinição entre Lula e Garotinho Próximo Texto: MST planeja ato público contra violência rural Índice
|