São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

Road show

A campanha pela recuperação dos direitos políticos de José Dirceu será deflagrada em várias frentes tão logo acabe a disputa pela presidência da Câmara. A estratégia do ex-ministro é não comandar diretamente as ações, mas ele não se furtará a participar de atos públicos, palestras e debates sobre o assunto.
Aliados do petista vão montar comitês suprapartidários para ajudar na coleta de 1 milhão de assinaturas para o projeto de iniciativa popular. Entidades como CUT, UNE e MST vão atuar e haverá slogan e site da campanha. Paulo Ferreira, tesoureiro do PT, vai propor que o partido abrace a causa formalmente. "Já tenho vários convites para viajar pelo Brasil tratando desse tema e de política", diz o ex-deputado.

Aval. A mobilização pró-Dirceu vai incluir ainda figuras de proa da sociedade. Em entrevista ao blog do deputado cassado, o arquiteto Oscar Niemeyer defendeu sua anistia. Um grupo de advogados do Rio encabeçado por Marcelo Cerqueira deve lançar manifesto de apoio. Às claras. Resolvida a questão da candidatura alternativa à presidência da Câmara, o Grupo dos 30 se prepara para lançar uma nova campanha: pelo voto aberto na eleição da Mesa. "Seria um belíssimo gesto de renovação", diz Chico Alencar (PSOL-RJ). Entraves. A emenda constitucional que acaba com o voto secreto passou em primeiro turno e empacou na Câmara. O voto aberto já nessa eleição, para ser viável, teria de contar com compromisso dos três candidatos a presidente da Casa e dos líderes. No papel. O fim do voto secreto faz parte do programa de campanha que Gustavo Fruet (PSDB-PR) vai enviar aos deputados, em carta. Ele admite ressalva para nomeações de embaixadores e de diretores do Banco Central e de agências reguladoras. Engenheiro. Preocupado com a possível contaminação da disputa do Senado pela da Câmara, Renan Calheiros (PMDB-AL) brinca que vai reforçar o muro que tinha dito que construiria entre as duas Casas. "Agora parti para a obra da barragem de contenção", diz o senador.
Contingência. As autoridades que cuidam da segurança no Pan trabalham com a possibilidade de o PCC "exportar" de São Paulo para o Rio alguns de seus líderes. Um ataque durante os jogos seria condizente com o perfil do grupo, que busca publicidade. Anti-hooligan. A Polícia Federal fará um intercâmbio com suas similares nas Américas para traçar um perfil dos torcedores por país. Quer identificar possíveis grupos de arruaceiros. Hora extra. A PF cancelou férias para seus agentes e delegados nos meses de junho e julho. Pretende mobilizar 3.000 homens, o que equivale a um terço do efetivo, para a segurança do Pan. Estrada 1. O PR (ex-PL) deflagrou, com autorização de Lula, uma operação de crescimento para se tornar um partido grande no Congresso e conseguir manter o Ministério dos Transportes. Estrada 2. Além dos governadores Ivo Cassol (RO) e Blairo Maggi (MT), o PR deve ganhar cinco deputados tucanos do Ceará e o ex-governador Lucio Alcântara, cotado para uma diretoria da Sudene. Reversão. As chuvas do início do ano já regularizaram a situação dos reservatórios das hidrelétricas. Mas os níveis ainda estão abaixo dos registrados em janeiro de 2006, quando o fantasma de um novo apagão voltou à pauta. Parceiros. Ao menos no Maranhão deve sobreviver o acordo entre PT e PSDB para a Assembléia Legislativa. Os petistas já se comprometeram a apoiar o tucano Alberto Franco para presidente.

Tiroteio

Lula acaba de provar que nem sempre descumprir promessas é ruim para o país. É até bom que as coisas mirabolantes ditas por ele na campanha fiquem só no discurso.


Do senador ÁLVARO DIAS (PSDB-PR) sobre o fato de o presidente Lula ter recuado na sua promessa eleitoral de discutir a renegociação das dívidas dos Estados repactuadas com a União.

Contraponto

Pai herói

Na última quarta, os jogadores do Internacional de Porto Alegre, campeões mundiais, foram recebidos no Palácio do Planalto pelo presidente Lula.
Animado com a presença dos ídolos de seu time, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) disse que tinha dois projetos para 2007:
-O primeiro é fazer meu neto, que treina no Grêmio, mudar para o time do Inter. É difícil, mas vou tentar. O segundo é trazer minha filha de volta para o PT- disse, em referência a Luciana Genro, hoje no PSOL.
Após uns instantes de reflexão, ele arrematou:
-Acho que é praticamente impossível.


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