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São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2003

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PAINEL

Dias contados
A cúpula do PFL dá como favas contadas que o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) não resistirá ao escândalo dos grampos e perderá seu mandato pela segunda vez em menos de dois anos. Dirigentes do partido dizem que ACM renunciará em no máximo um mês, antes da abertura do processo no Conselho de Ética.

Confissão secreta
Chefes pefelistas afirmam que ACM já admitiu a interlocutores ter idealizado o esquema dos grampos. Segundo seu partido, o senador não resistirá ao constrangimento de ver Adriana Barreto depor publicamente e revelar detalhes da longa relação íntima que mantiveram.

Cortina de fumaça
Da boca para fora, o PFL defenderá a inocência de ACM. Mas acha que ele só conseguirá salvar seu mandato caso Adriana Barreto recue em seu depoimento à PF ou a confissão do senador não apareça em nenhum órgão de imprensa.

Golpe regimental
A Câmara desengavetou 20 pedidos de CPI. Como só podem funcionar cinco ao mesmo tempo e três já estão na fila, a manobra pode inviabilizar a CPI dos grampos. O deputado Paulo Magalhães, sobrinho de ACM, foi aplicado na operação.

Mais-valia
Lula chegou ao jantar de anteontem na casa de José Sarney e viu Ana Júlia (PT-PA) gargalhando em uma roda de senadores. "Tá rindo do que, Ana, do salário de senadora? Porque do salário de presidente não dá para rir, não. Só dá para chorar!", disparou o presidente.

Mais do mesmo
O PPS prepara um projeto de reforma da Previdência para ser entregue a Lula até abril. Coordenado por Antônio Britto, que ocupou a pasta no governo Itamar, o programa defenderá teto único e a criação de uma previdência complementar pública.

Firula de peso
A bancada rural do Congresso está convencida de que o governo federal vai revogar o artigo 4º da MP 2.183, de 2002. Segundo esse dispositivo, terras invadidas e que já foram retomadas pelos donos não podem ser desapropriadas por dois anos.

Batalha à vista
Grandes proprietários rurais creditam ao artigo 4º a redução dos conflitos. "Se revogarem a medida, o MST vai intensificar as invasões. E aí haverá uma guerra civil", diz, com previsível exagero, a deputada federal Kátia Abreu (PFL-TO).

Só por fingimento
Na surdina, técnicos do Incra dizem aos ruralistas que alguns fazendeiros inventavam invasões para retardar a data das desapropriações programadas.

Tempos de rolha
Arthur Virgílio (PSDB-AM) apresentou ontem requerimento em que pede explicações a José Dirceu (Casa Civil) sobre a "lei do silêncio" imposta aos funcionários do Planalto: "Não estamos em época de politburo. Vivemos em uma democracia, que não pode ser apequenada a cada passo", diz o deputado.

Fundo do poço
Religaram na última quarta, após o corte que durou dois longos anos, os telefones da Assembléia Legislativa do Amapá. Afundada em dívidas de R$ 40 milhões desde 1999, a Casa teve de cortar despesas essenciais.

Vacas bem magras
O 2º Leilão de Gado Guzerá, em que se divulgou que seriam arrecadados recursos para o Fome Zero, levantou menos de R$ 3.000 em doações para o programa. O faturamento do evento, realizado no dia 15 em Barra Bonita (SP), foi de R$ 523,6 mil.

Economia no osso
A oposição a Lula no Congresso criou um apelido para o programa econômico do governo: "projeto PIB zero".

TIROTEIO

Do deputado Walter Pinheiro (PT-BA), sobre o suposto envolvimento de ACM no escândalo dos grampos na Bahia:
- Lula é mesmo um político de sorte. Pode obter em menos de 70 dias de governo o que FHC levou sete anos para conseguir: livrar-se de ACM.

CONTRAPONTO

O mistério da gravata

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Francisco Fausto, era conhecido em Natal (RN) pela gravata quadriculada que usava quase diariamente. Certo dia ele a procurou em vão em sua casa. Ficou intrigado. Nova procura no dia seguinte. E nada. Resignou-se.
Tempos depois, assistindo a um programa de entrevistas pela TV, teve a maior surpresa:
- Olha lá a minha gravata! É ela! Quero minha gravata de volta!, gritava para a mulher.
O entrevistado era o advogado Valério Marinho, cunhado de Francisco Fausto.
Sua mulher entendeu, então, a situação. E fez a confissão:
- Meu irmão chegou aqui em casa com uma gravata surrada e fiquei com muita pena dele. Como você tinha muitas gravatas, resolvi dar uma delas.
Chateado, Fausto retrucou:
- Mas logo aquela gravata, a de que eu mais gostava!


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