São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2004

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Promotoria investiga nova conta

DA REPORTAGEM LOCAL

A Promotoria de Justiça da Cidadania ainda investiga a possibilidade de o ex-prefeito Celso Pitta ser o beneficiário de uma conta que movimentou US$ 63 milhões no MTB Bank de Nova York.
De acordo com a ex-primeira-dama Nicéa Camargo, o ex-prefeito foi dono da empresa Yukon River Ltd., uma "offshore" criada nas Ilhas Virgens Britânicas (Caribe), em nome da qual está a conta no MTB Bank.
A Folha apurou que os documentos enviados ao Brasil pela Suíça demonstram a existência de transferências da conta da "offshore" Cutty Internacional Ltd., no Multi Commercial Bank de Zurique, para a conta da "offshore" Yukon River Ltd., no MTB Bank de Nova York.
A confirmação da transferência pode ser usada pela Promotoria para fazer com que as autoridades norte-americanas revelem os nomes dos beneficiários da conta no MTB Bank.
Nicéa Camargo declarou à Promotoria que Celso Pitta era sócio da Yukon River Ltd. juntamente com o especulador financeiro Naji Nahas e seu filho, Fernando Nahas. Todos negam conhecer a empresa das Ilhas Virgens.
A Yukon River Ltd. foi aberta em 23 de fevereiro de 1987 nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe. Está registrada sob o número 2.953 e tem capital social de US$ 50 mil.
A única informação pública sobre a empresa é a de que ela foi criada por outra empresa, chamada Insinger Corporate Formation Ltd., seu agente financeiro.
Como empresa "offshore", suas ações são ao portador e não há registro dos nomes de seus donos.

CPI do Banestado
Em janeiro deste ano, a CPI do Banestado revelou que Pitta abriu uma conta pessoal com US$ 110 mil em dinheiro e a movimentou ao longo de três anos no Commercial Bank de Nova York. Em dezembro de 1997, ele encerrou a conta e transferiu o saldo para outro banco.
O banco hoje pertence ao North Fork Bank de Long Island, que forneceu à CPI 80 páginas de documentos que confirmariam a existência da conta, aberta em 1994 em conjunto com a então mulher de Pitta, Nicéa Camargo -que colaborou com as investigações nos Estados Unidos.
A CPI não exibiu os documentos da conta nem informou o valor total movimentado por ela.


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