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CONGRESSO
Proposta partiu do PT
Ruralistas criticam homenagem ao MST
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Lideranças ruralistas de todo o
país demonstraram ontem indignação com o fato de a Câmara dos
Deputados ter promovido anteontem, a pedido do PT, uma
sessão solene em homenagem aos
20 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Na sessão, cerca de 200 integrantes do MST entraram no plenário com bandeiras e camisas do
movimento, cantaram hinos e
ouviram discursos de apoio dos
deputados. Foi a primeira vez que
a Câmara homenageou o MST.
"É um grande orgulho vê-los
entrar nesta Casa com bonés, camisetas vermelhas e nossas bandeiras", afirmou, em discurso, o
deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).
"A Câmara teve uma atitude
desprovida de sentido, absolutamente lamentável. É um absurdo
homenagear um grupo que nem
sequer existe juridicamente", disse Antônio Ernesto de Salvo, presidente da CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil).
Segundo ele, "é estranho a Câmara dos Deputados abrir seu espaço para um movimento que
não cumpre a legislação brasileira, como a medida provisória [antiinvasão, editada em 2000 por
Fernando Henrique Cardoso]".
Luiz Antonio Nabhan Garcia,
presidente nacional da UDR
(União Democrática Ruralista),
disse que a iniciativa do PT de homenagear o MST é "um reflexo da
crise" que ronda atualmente o governo federal.
Para Olavo Bernardes Filgueiras
Filho, vice-presidente da UDPR
(União de Defesa das Propriedades Rurais), entidade ruralista
que atua em Minas Gerais, "a Câmara escancarou seu apoio à bagunça e à baderna ao promover
um evento como esse. É muita falta do que fazer".
O deputado Arlindo Chinaglia
(SP), líder do PT na Câmara, afirmou que não pode haver "sectarismos" nas homenagens realizadas no plenário da Casa. A homenagem ao MST teve por objetivo
reconhecer o "esforço e a luta" do
movimento pela reforma agrária,
segundo o deputado.
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