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RIO
Demissão de coordenador da Segurança e crise no setor reabrem a discussão sobre o fim da aliança com o PDT no governo estadual
PT volta a ameaçar romper com Garotinho
FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio
A crise na segurança pública do
Rio, com a demissão do ex-coordenador da Segurança Luiz
Eduardo Soares, ameaça agora a
aliança entre o governador Anthony Garotinho (PDT) e o PT.
O secretário de Planejamento,
Jorge Bittar (PT), fiel aliado de
Garotinho, atacou ontem duramente o governador e disse que o
episódio abre a possibilidade de
que o PT saia do governo.
"As nossas relações estão profundamente abaladas. Vamos
avaliar esse processo para ver se
continuamos ou não no governo.
Há uma grave crise de governo",
afirmou Bittar, da corrente Articulação, braço petista no governo.
O PT discutirá o caso em reunião na quinta, com a presença de
Soares, autor das denúncias sobre
a presença da "banda podre" da
polícia em cargos de chefia.
O grupo petista Refazendo, crítico da aliança com o PDT, voltou
a defender a saída do PT do governo. A Articulação já teve um
encontro com Soares anteontem,
na casa do ex-coordenador.
Bittar, a vice-governadora Benedita da Silva (PT) e o presidente
estadual do PT, Carlos Santana,
pediram a Garotinho que reconsiderasse a demissão de Soares.
Na saída, Bittar criticou Garotinho e seu estilo "extremamente
solitário" de tomar decisões. "O
governador nunca nos chamou
para decisões estratégicas e isso
nos causa profundo incômodo.
Não somos funcionários, somos
companheiros num projeto."
As críticas da Articulação a Garotinho vêm justamente na semana que antecede as prévias de domingo, quando os militantes petistas devem escolher se o candidato à Prefeitura do Rio será Benedita ou o ex-deputado Vladimir Palmeira, da Refazendo.
Num debate no sábado, defensores da candidatura de Palmeira
atacaram os de Benedita chamando-os de "banda podre". O grupo
de Benedita está reagindo com o
apoio ostensivo a Soares.
Bittar disse, por exemplo, que
não considerou correta a divulgação feita por Garotinho da conversa telefônica com o ex-coordenador, quando lhe comunicou
sua demissão, já anunciada pela
TV. "Discordamos do método e
do conteúdo", disse Bittar.
Ele lembrou que Soares não é filiado ao PT, mas disse que a política de respeito aos direitos humanos defendida por ele é um dos
pilares do partido.
No ano passado, quando Garotinho chamou o PT de "Partido da
Boquinha" (que só pensa nos cargos), parte dos petistas deixou o
governo, mas a Articulação decidiu ficar. Para Bittar, essa crise é
"tão séria" quando a anterior.
Garotinho disse que não deseja
a saída do PT do governo e que
guardou para si a conversa com a
comissão petista. Questionado
sobre a eventual crise, deu sua
resposta habitual: "Que crise?"
O PDT lançaria ontem à noite a
candidatura do presidente nacional do partido, Leonel Brizola, à
prefeitura. Brizola também criticou a demissão de Soares.
Colaborou Sabrina Menezes,
da Sucursal do Rio
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