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GOVERNO
Ministério Público tenta evitar que Grossi assuma diretoria de Fiscalização
Procurador quer barrar posse no BC
ABNOR GONDIM
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
O Ministério Público Federal irá
à Justiça para impedir que Tereza
Cristina Grossi ocupe a diretoria
de Fiscalização do Banco Central
enquanto não for concluído o inquérito que apura sua participação em atos de improbidade administrativa. Grossi já teve seus
bens bloqueados pela Justiça, mas
a medida foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Indicada para o cargo na semana passada, ela será sabatinada
hoje na Comissão de Assuntos
Econômicos do Senado, com
grandes chances de ser aprovada.
Nos últimos dias, o presidente
Fernando Henrique Cardoso participou das negociações para
aprovar a indicação dela ao cargo.
Os procuradores Guilherme
Schelb e Luiz Francisco de Souza
trabalham com duas opções: cancelar a posse, caso ela aconteça logo após a aprovação do nome pelo plenário do Senado, ou impedir
Grossi de exercer a função até que
a Justiça se pronuncie sobre as
acusações de improbidade administrativa feitas contra ela.
Grossi é acusada em quatro
ações encaminhadas à Justiça Federal por sete procuradores da
República. As ações têm como
base as investigações feitas no Senado pela CPI dos Bancos.
Funcionária de carreira do BC,
Grossi é acusada de ser uma das
responsáveis pelo socorro aos
bancos Marka e FonteCindam,
em janeiro de 1999, que teria causado um prejuízo superior a US$ 1
bilhão aos cofres públicos.
"Essa indicação é um acinte ao
Senado, porque a CPI dos Bancos
comprovou o envolvimento dela
nesse episódio", disse Schelb. "O
Ministério Público entende que
ela não preenche os requisitos de
idoneidade moral que o cargo exige", acrescentou Souza.
A Folha apurou que FHC ligou
para senadores da CAE para conseguir votos favoráveis a Grossi.
FHC tem o apoio do presidente
do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), e do PMDB, que
pediu a todos os seus titulares na
CAE que compareçam à sabatina
para impedir que dois suplentes,
Roberto Requião (PR) e Pedro Simon (RS), votem contra Grossi.
Segundo os procuradores,
Grossi teve "participação direta"
no socorro aos bancos por ter pedido à Bolsa de Mercadorias &
Futuros a elaboração de uma carta com a alegação de "risco sistêmico" para justificar a operação.
Ela era chefe interina do Departamento de Fiscalização do BC.
A assessoria de imprensa do BC
informou que não iria comentar o
caso. A Folha procurou Grossi,
mas ela não se manifestou até a
conclusão desta edição.
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