|
Texto Anterior | Índice
ARAPONGAS
Federação dos policiais federais é contrária a projeto
Diretor da PF diz que concorda que agente da Abin porte arma
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
O diretor-geral da Polícia Federal, Agílio Monteiro Filho, disse
ontem concordar com o projeto
de lei que prevê o porte de arma
para agentes da Abin (Agência
Brasileira de Inteligência).
A opinião de Monteiro se contrapõe às posições defendidas pela Federação Nacional dos Policiais Federais e atenua supostas
divergências da PF com o general
Alberto Cardoso (Segurança Institucional), responsável pela Abin
e pela Senad (Secretaria Nacional
Antidrogas).
"Qualquer cidadão tem direito a
porte de arma, desde que preencha os requisitos, e um servidor
público pode também ter o mesmo direito", afirmou Monteiro.
Ele deu essas declarações ao ser
questionado sobre a concessão de
porte de armas aos agentes da
Abin, após participar de seminário na academia da PF.
"Não vamos fazer disso nenhum cavalo de batalha", disse
Monteiro. A federação dos policiais federais fez protestos e aprovou moção contra dispositivo favorável aos agentes da Abin que
está contido no projeto de lei sobre armas que tramita no Congresso. "Quem trabalha com inteligência não deve usar arma", disse o presidente da federação, Jorge Venerando. "Somente os integrantes de órgãos voltados à segurança pública devem ter porte."
Reação
O diretor-geral da PF negou que
tenha desentendimentos com o
general Cardoso por causa da
Abin. Também negou que exista
projeto destinado a transferir a PF
para a competência do Gabinete
de Segurança Institucional.
"O ministro da Justiça, José Carlos Dias, nunca me falou sobre isso", disse, sobre vincular a PF ao
gabinete de Cardoso. Ontem, o
porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, também disse que
não existe possibilidade de a responsabilidade pela PF sair do Ministério da Justiça e ir para o Gabinete de Segurança Institucional
da Presidência.
"Esse tema nunca foi discutido
com o presidente. O próprio gabinete jamais cogitou esse tema",
afirmou. "A Polícia Federal sempre esteve na esfera do Ministério
da Justiça e assim vai permanecer." Os ministros José Carlos
Dias e Alberto Cardoso não foram
localizados ontem.
Outra disputa entre as duas pastas é o combate ao narcotráfico. A
PF faz a repressão, atividade reivindicada pela Senad (Secretaria
Nacional Antidrogas), subordinada a Cardoso.
As disputas entre o Ministério
da Justiça e o Gabinete de Segurança Institucional motivaram,
na semana passada, uma reclamação de FHC durante cerimônia
no Planalto. "A ação de combate
às drogas tem de ser cada vez mais
coordenada, sem querelas burocráticas de uns e de outros", disse
o presidente.
Texto Anterior: Previdência: Waldeck manda apurar fraudes no Rio Índice
|