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GRILAGEM
Corregedoria Geral de Justiça do Pará acata pedido do Incra contra suposto fantasma dono de áreas públicas griladas
Justiça bloqueia registros de 9 milhões de hectares
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A Corregedoria Geral de Justiça
do Pará bloqueou ontem as matrículas e registros cartoriais dos
imóveis em nome de Carlos Medeiros, o suposto fantasma dono
de 9 milhões de hectares de terras
públicas griladas.
A corregedora Osmarina Sampaio Nery atendeu ao pedido conjunto do Incra (Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária), do Ministério Público e do
Instituto de Terras do Pará.
As terras em nome de Carlos
Medeiros, que jamais foi localizado pela Polícia Federal, abrangem
áreas públicas da União e do Estado, inclusive reservas indígenas.
Foram vendidas a dezenas de empresários do Sul e Sudeste.
"O bloqueio é a morte dessa
quadrilha que usa esse espólio para vender terras ilegais. Agora eles
não podem vender, repartir ou
transferir registros", disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann.
Depoimento
Hoje, o ministro depõe à CPI da
Grilagem de Terras Públicas na
Amazônia. Na semana passada,
ele anunciou o cancelamento de
registros no Amazonas totalizando 5,3 milhões de hectares. Durante o depoimento à CPI, Jungmann fará uma radiografia das
ações de combate a grilagem.
Para o ministro, a Justiça tenha
sido uma aliada no combate a grilagem.
"A prisão do Falb Saraiva de Farias é o sinal que está na hora de
acabar com a grilagem. Já sabemos como funcionam os esquema e estamos rastreando os outros envolvidos", disse, referindo-se ao empresário acusado de grilar 12 milhões de hectares.
Além de Jungmann, depõe também na CPI o general Alberto
Cardoso, chefe do gabinete da Segurança Institucional da Presidência da República. Ontem, os
deputados decidiram convocar os
proprietários das empresas
Agroindustrial Manacapuru e
Companhia Amazonense, Aloysio e André Serwy, e pedir ao Ministério da Integração Regional o
cancelamento dos projetos das
empresas na Sudam.
As empresas Manacapuru e
Amazonense receberam da Sudam R$ 25 milhões, mas os deputados constataram em vistoria
que há pelo menos oito anos os
projetos estão parados.
Recurso
Em Manaus, Falb contratou novo advogado, que ingressa hoje
com pedido de revogação da prisão preventiva na Justiça Federal
do Amazonas.
A CPI pediu a Justiça Federal a
transferência dele da penitenciária pública para a Delegacia da
Polícia Federal. "Ele detém informações extremamente valiosas
sobre o processo. Tememos que
no local e nas condições em que se
encontra encarcerado, o preso
possa vir correr risco de agressões
e até mesmo morte", disse o deputado Luciano Castro (PFL-RR),
presidente da CPI.
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