|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IMPRENSA
Para entidade, decisões judiciais prejudicam trabalho jornalístico
SIP critica atuação do Judiciário
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O Judiciário de alguns países da
América Latina, entre eles o Brasil, foi acusado de prejudicar a liberdade de imprensa, ontem, durante a conclusão da reunião da
SIP (Sociedade Interamericana de
Imprensa), em Fortaleza.
Nos quatro dias de reunião,
com a presença de jornalistas e
donos de jornais de todo o continente americano, foram mostrados casos em que, no entender da
SIP, decisões do Judiciário prejudicaram o trabalho da imprensa.
Um dos exemplos mais citados
foi o de sentenças judiciais em
processos de indenização por danos morais, nos quais a punição
financeira acaba constrangendo o
trabalho jornalístico -ou até, como no caso relatado sobre o jornal paulista ""Debate", ameaçando
o veículo de extinção por não ter
condições de pagar a reparação.
"O Poder Judiciário transformou-se em um perigo e em uma
ameaça contra a liberdade de imprensa", disse o presidente da SIP,
Danilo Arbilla. Costa Rica, Jamaica, Argentina, Brasil, Uruguai e
Chile, nos últimos seis meses,
apresentaram problemas com o
Judiciário, diz a SIP.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também foi criticado.
Segundo o relatório da Comissão
de Liberdade de Imprensa e Informação, ele ameaça e insulta
jornalistas e donos de jornais,
apesar de dizer que é favorável à
liberdade de imprensa. As ameaças são feitas por meio de um programa diário de rádio que ele tem
no país, segundo o relatório.
Outro problema citado foi a impunidade na apuração de assassinatos de jornalistas. Nos últimos
seis meses, seis foram mortos na
América Latina (três na Colômbia, um no Paraguai, um no Haiti
e um no México).
Nos países que apresentaram
problemas com a liberdade de
imprensa, a SIP deverá intervir,
segundo relatório com as resoluções tomadas na reunião. Primeiro tentando um acordo com o governo local e, depois, nos casos
mais graves, se não houver solução, levando as denúncias à Organização dos Estados Americanos.
A situação de Cuba, considerada muito grave, é exceção, já que o
país não pertence à OEA. A SIP
tem diversas denúncias sobre repressão a jornalistas cubanos e estrangeiros que trabalham no país.
O evento terminou com uma
palestra de Domenico de Masi,
professor da Universidade de Sapienza de Roma, sobre "Criatividade no Trabalho e Liberdade de
Expressão". A próxima reunião
da SIP será em outubro, nos EUA.
Texto Anterior: Amazônia: Defesa da fronteira recebe menos verba que em 2000 Próximo Texto: Grilagem: Justiça bloqueia registros de 9 milhões de hectares Índice
|