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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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PAINEL

Tom menor
Aconselhado pelo Itamaraty, Lula evitou fazer críticas pesadas aos EUA e a George W. Bush em seu pronunciamento de ontem. Os diplomatas temem que os norte-americanos retaliem economicamente os países que fizerem uma forte campanha contra os ataques ao Iraque.

Pela prudência
Assessores de Lula defendiam um discurso mais duro, a fim de projetar o Brasil como uma liderança pacifista. O petista preferiu levar em conta os conselhos do Itamaraty e nem citou os EUA e Bush. Apenas lamentou a guerra e reclamou do uso da força sem permissão da ONU.

Discurso interno
O discurso feito anteontem por João Paulo foi citado como exemplo no Planalto por quem defendia um pronunciamento mais forte. O presidente da Câmara chamou Bush de "déspota" e a guerra de "barbárie".

Bomba de gasolina
A Petrobras pretendia aumentar nesta semana o preço dos combustíveis, que estaria defasado em 10%. Mas José Eduardo Dutra preferiu esperar o desen- rolar da guerra no Iraque. Se o valor internacional do petróleo continuar a cair, será possível manter o patamar atual.

Doce protesto
A UNE vai atacar hoje o Consulado dos EUA em SP com bombas de chocolate.

Interesse próprio
Jader Barbalho orientou Luiz Otávio (PMDB-PA) a trabalhar contra a cassação de ACM no Conselho de Ética. Teme que, do contrário, a base carlista reabra na Câmara o caso Sudam.

Mesa farta
A Casa Civil pediu ao PMDB a lista de cargos federais que o partido já ocupa nos Estados e quais deseja receber a mais para apoiar Lula. O mapeamento deverá ser entregue ao presidente por peemedebistas em almoço a ser realizado hoje no Alvorada.

Mão de ferro
Presidente do PPS, partido que integra a base de Lula, Roberto Freire protestou contra a atitude de João Paulo (Câmara) de derrubar os 32 pedidos de CPI feitos na Casa: "Esse tipo de atitude só se viu no regime militar. É um desrespeito com as minorias que querem investigar".

Isonomia canina
O ex-ministro Antônio Rogério Magri (Collor) se diz de alma lavada depois de a cadela de Lula, Michele, ter ido de carro oficial à reunião do ministério, anteontem. Em 1991, sua mulher usou veículo do governo para levar a cadela Orca ao veterinário.

Galápagos é aqui
Há doze anos, Magri virou tema de piada ao justificar-se dizendo que "cachorro é um ser humano como outro qualquer". Agora, ironiza: "Os cachorros evoluíram muito. Na minha época, eu os tratava com carinho, como gente. Hoje, tem até cadela com status de ministro".

A conferir
Thomaz Bastos (Justiça) disse a deputados paulistas que Beira-Mar deixa mesmo Presidente Bernardes no dia 28. O destino mais provável é o presídio da Papuda, em Brasília.

Questão de estilo
Lula demorou 20 dias para responder pedido de audiência feito por Rosinha (PSB). Comentário de Anthony Garotinho: "Justiça seja feita. FHC nunca deixou de responder a um telefonema meu apesar de toda a pancadaria contra ele".

Insônia planaltina
Gilberto Gil (Cultura) não conseguiu compor nenhuma música nestes quase três meses de ministério. O que ele tem feito com frequência em Brasília é acordar de madrugada, pegar o violão e cantar sozinho.

Visita à Folha
Ruy Martins Altenfelder Silva, presidente do Instituto Roberto Simonsen, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

De Henrique Fontana (PT-RS), sobre Yeda Crusius (PSDB-RS) dizer que é pesaroso ao país ver o PT dizer hoje que é urgente aprovar aquilo que impediu o governo FHC de fazer:
- Pesaroso é o PSDB, depois de governar o país por oito anos com o apoio da maioria do Congresso, tentar responsabilizar o PT pelo que não fez.

CONTRAPONTO

Freud explica

O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, falou ontem a deputados da Comissão da Amazônia da Câmara sobre as iniciativas do governo na região.
Presidenciável do PPS derrotado em 2002, ele é um dos ministros mais elogiados por Lula e até participa de reuniões restritas à equipe econômica.
Especula-se no PPS que o plano de Ciro é aproximar-se cada vez mais dos economistas do governo para, num futuro próximo, tornar-se ministro da Fazenda. Ontem, enquanto falava na comissão sobre cortes de despesas no ministério, deu razão aos boatos:
- Vou continuar essa política de austeridade enquanto Lula confiar em mim como ministro da Fazenda...
Em meio a gargalhadas da platéia, ainda tentou corrigir o erro:
- Ministro da Integração! Eu me equivoquei porque já fui ministro da Fazenda.


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