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Berzoini admite provável corrida à aposentadoria
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, admitiu ontem
que a reforma da Previdência poderá provocar uma corrida à aposentadoria. Segundo ele, o Ministério da Previdência trabalha com
um cenário "pessimista" em que
todas os servidores públicos da
União que têm direito à aposentadoria irão querer exercê-lo com
medo da reforma.
"Eu não tenho dúvida de que
qualquer discussão sobre a reforma da Previdência tende a provocar uma corrida de contagem de
tempo ou até mesmo de aposentadoria", declarou o ministro ontem durante audiência no Senado. "Não desejamos isso, mas a
hipótese de ter 100% do pessoal
que já tem direito de se aposentar
realizando esse direito não está
descartada", disse.
A assessoria do ministro informou que a Previdência não tem
um levantamento do número de
pessoas que já poderiam se aposentar. Berzoini sustenta que não
há motivo para uma corrida.
Atualmente, existem 890 mil
servidores (civis e militares) em
atividade nos quadros da União.
"Mesmo que não se goste do desenho da reforma ainda vai ter a
tramitação na Câmara, no Senado
e, após a eventual aprovação, caso
no Senado não seja feita nenhuma
modificação, a reforma ainda irá à
promulgação", afirmou.
O ministro acrescentou ainda:
"O direito adquirido não é só dos
que já se aposentaram. Quem já
constituiu os pré-requisitos para
formatação do direito também
tem direito adquirido. Podemos
gostar ou não, mas a Constituição
é clara sobre isso".
Berzoini lembrou que vários
servidores públicos que correrem
para a aposentadoria na reforma
da Previdência do governo anterior, promulgada em 1998, acabaram se arrependendo. Na audiência, o ministro reafirmou que o
governo deverá enviar a reforma
da Previdência para o Congresso
até o final de abril. Berzoini comentou ainda que acha mais viável a aprovação da reforma previdenciária antes da tributária.
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