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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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BAHIAGATE

Na Bahia, 500 protestam contra ACM, acusando-o de ser mandante de grampos

Delegado da PF deporá no Senado

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O delegado da Polícia Federal responsável pelo inquérito que investiga os grampos ilegais da Bahia, Gesival Gomes de Souza, irá depor no Conselho de Ética do Senado na próxima quinta-feira.
Será o primeiro passo da sindicância que apura o suposto envolvimento do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) no caso.
A partir do depoimento do delegado, o relator Geraldo Mesquita Júnior (PSB-AC) vai definir as próximas testemunhas e os procedimentos da sindicância, que tem um prazo inicial de 30 dias.
Preocupada com uma eventual manobra dos partidos para suspender a apuração do Senado -após o depoimento de Souza- até a conclusão do inquérito policial, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) disse que, se for necessário, apresentará requerimento convidando a ex-namorada de ACM Adriana Barreto e seu marido, Plácido Farias, para depor.
Heloísa disse que tomará a iniciativa de pedir o depoimento dos jornalistas da revista "IstoÉ" Weiller Diniz e Luiz Cláudio Cunha. Com base em informações deles o PT apresentou denúncia ao conselho pedindo a investigação. Segundo petistas, os jornalistas têm gravada suposta conversa na qual o senador se compromete de forma indireta com o grampo.
O objetivo da sindicância é verificar que há elementos para abrir processo por quebra de decoro contra ACM, que pode resultar na cassação do seu mandato. Em 2001, ele renunciou para escapar de processo motivado por acusações de sua participação na violação do painel eletrônico da Casa.
O líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), participou das reuniões do conselho e defendeu que o delegado fosse o primeiro a ser ouvido. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), defendeu que a sindicância só fosse aberta após o inquérito da PF.

Manifestação
Cerca de 500 pessoas, de acordo com a Polícia Militar, participaram ontem de uma manifestação no centro de Salvador (BA) para pedir a cassação de ACM. A manifestação foi convocada por 50 entidades, entre sindicatos, diretórios estudantis e partidos.
Mais um envolvido no caso dos grampos, o policial civil Antonio Jorge Almeida, foi ouvido pela PF e indiciado por falsificação de documento e escuta ilegal ontem.


Colaborou a Agência Folha, em Salvador


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