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BAHIAGATE
Na Bahia, 500 protestam contra ACM, acusando-o de ser mandante de grampos
Delegado da PF deporá no Senado
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O delegado da Polícia Federal
responsável pelo inquérito que
investiga os grampos ilegais da
Bahia, Gesival Gomes de Souza,
irá depor no Conselho de Ética do
Senado na próxima quinta-feira.
Será o primeiro passo da sindicância que apura o suposto envolvimento do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) no caso.
A partir do depoimento do delegado, o relator Geraldo Mesquita
Júnior (PSB-AC) vai definir as
próximas testemunhas e os procedimentos da sindicância, que
tem um prazo inicial de 30 dias.
Preocupada com uma eventual
manobra dos partidos para suspender a apuração do Senado
-após o depoimento de Souza-
até a conclusão do inquérito policial, a senadora Heloísa Helena
(PT-AL) disse que, se for necessário, apresentará requerimento
convidando a ex-namorada de
ACM Adriana Barreto e seu marido, Plácido Farias, para depor.
Heloísa disse que tomará a iniciativa de pedir o depoimento dos
jornalistas da revista "IstoÉ" Weiller Diniz e Luiz Cláudio Cunha.
Com base em informações deles o
PT apresentou denúncia ao conselho pedindo a investigação. Segundo petistas, os jornalistas têm gravada suposta conversa na qual
o senador se compromete de forma indireta com o grampo.
O objetivo da sindicância é verificar que há elementos para abrir
processo por quebra de decoro
contra ACM, que pode resultar na
cassação do seu mandato. Em
2001, ele renunciou para escapar
de processo motivado por acusações de sua participação na violação do painel eletrônico da Casa.
O líder do governo, Aloizio
Mercadante (PT-SP), participou
das reuniões do conselho e defendeu que o delegado fosse o primeiro a ser ouvido. O presidente
do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), defendeu que a sindicância só fosse aberta após o inquérito da PF.
Manifestação
Cerca de 500 pessoas, de acordo
com a Polícia Militar, participaram ontem de uma manifestação
no centro de Salvador (BA) para
pedir a cassação de ACM. A manifestação foi convocada por 50 entidades, entre sindicatos, diretórios estudantis e partidos.
Mais um envolvido no caso dos
grampos, o policial civil Antonio
Jorge Almeida, foi ouvido pela PF
e indiciado por falsificação de documento e escuta ilegal ontem.
Colaborou a Agência Folha, em Salvador
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