São Paulo, sábado, 21 de abril de 2001

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"Bloco de preto" é o mais radical manifestante

DO ENVIADO ESPECIAL A QUÉBEC

"De quem é a rua? A rua é nossa", gritavam os jovens vestidos de preto enquanto perseguiam um policial que foi parar, por engano, no meio da marcha dos ativistas contra a globalização.
O policial correu, mas não escapou. Foi cercado, levou um soco no nariz e se viu diante de um grupo de cinco jovens armados com pedaços de pau e de ferro.
O policial sacou a arma e provocou pânico entre dezenas de manifestantes que participavam da marcha. Enquanto os ativistas corriam, os anarquistas se dispersaram na multidão.
O "bloco de preto", como foi chamado pela polícia, é formado pelo núcleo mais radical e violento do movimento antiglobalização. São esses ativistas que promoveram os confrontos violentos com a polícia em protestos como o realizado em setembro do ano 2001, em Praga.

Entre 50 e 100
No ato de ontem, o bloco de preto tinha entre 50 e 100 pessoas, que marchavam atrás de uma faixa negra com o escrito "o capitalismo não pode ser reformado". Entre eles, estava um jovem funcionário público de Los Angeles, nos Estados Unidos, que levou uma semana viajando para participar do protesto em Québec.
Os integrantes do bloco de preto rejeitam qualquer forma de controle policial, querem destruir o Estado e têm raiva dos ricos. Eles justificam o uso de violência, principalmente contra a polícia, para alcançar seus objetivos.
Entre eles, podem ser encontrados anarquistas e punks, com seus penteados espetados, correntes e roupas rasgadas. Na Europa, também participam do bloco preto militantes de um movimento que invade e mora em prédios abandonados.
Embora o "bloco de preto" seja uma pequena minoria no movimento antiglobalização, sua presença é marcante. Em todos os grandes protestos, há um pequeno grupo de militantes radiciais que quebra vitrines, joga pedras em policiais, queima carros e gera tumultos nas cidades.


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