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"Bloco de preto"
é o mais radical
manifestante
DO ENVIADO ESPECIAL A QUÉBEC
"De quem é a rua? A rua é
nossa", gritavam os jovens
vestidos de preto enquanto
perseguiam um policial que
foi parar, por engano, no
meio da marcha dos ativistas
contra a globalização.
O policial correu, mas não
escapou. Foi cercado, levou
um soco no nariz e se viu
diante de um grupo de cinco
jovens armados com pedaços de pau e de ferro.
O policial sacou a arma e
provocou pânico entre dezenas de manifestantes que
participavam da marcha.
Enquanto os ativistas corriam, os anarquistas se dispersaram na multidão.
O "bloco de preto", como
foi chamado pela polícia, é
formado pelo núcleo mais
radical e violento do movimento antiglobalização. São
esses ativistas que promoveram os confrontos violentos
com a polícia em protestos
como o realizado em setembro do ano 2001, em Praga.
Entre 50 e 100
No ato de ontem, o bloco
de preto tinha entre 50 e 100
pessoas, que marchavam
atrás de uma faixa negra
com o escrito "o capitalismo
não pode ser reformado".
Entre eles, estava um jovem
funcionário público de Los
Angeles, nos Estados Unidos, que levou uma semana
viajando para participar do
protesto em Québec.
Os integrantes do bloco de
preto rejeitam qualquer forma de controle policial, querem destruir o Estado e têm
raiva dos ricos. Eles justificam o uso de violência, principalmente contra a polícia,
para alcançar seus objetivos.
Entre eles, podem ser encontrados anarquistas e
punks, com seus penteados
espetados, correntes e roupas rasgadas. Na Europa,
também participam do bloco preto militantes de um
movimento que invade e
mora em prédios abandonados.
Embora o "bloco de preto"
seja uma pequena minoria
no movimento antiglobalização, sua presença é marcante. Em todos os grandes
protestos, há um pequeno
grupo de militantes radiciais
que quebra vitrines, joga pedras em policiais, queima
carros e gera tumultos nas
cidades.
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