São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2004

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ELEIÇÕES 2004

Grupo especial poupa 3.466 vagas; Congresso vai analisar proposta

Comissão ameniza o corte no número de vereadores

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Câmara dos Deputados aprovou ontem em uma comissão especial projeto que prevê a diminuição do corte nas vagas dos cerca de 60 mil vereadores do país.
Caso aprovada, a proposta levará as atuais Câmaras Municipais a encolherem em 8,4% e não mais em 14,1%, como determinou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no último dia 1º. Ao todo, 3.466 vagas de vereadores escaparão do corte caso os congressistas consigam promulgar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) antes das eleições de outubro. Para isso, ela tem que passar por dois turnos de votação tanto no plenário da Câmara quanto no do Senado. A aprovação ontem ocorreu numa votação simbólica (quando não é feito registro nominal dos votos).
A PEC surgiu depois que o TSE estendeu a todo o país decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que estabeleceu uma escala com base em interpretação do artigo da Constituição que trata do tamanho das Câmaras. Pela decisão, haveria nas próximas eleições 8.528 vereadores a menos do que o número atual, 60.276, uma redução de 14,1%. Quase metade dos 5.565 municípios sofreria corte. A proposta da Câmara estabelece outra fórmula de divisão das cadeiras por municípios, que reduz o corte para 5.062 vagas -8,4% a menos do que hoje.
A distribuição resulta em maior redução nos municípios pequenos, de até 15 mil habitantes, que perderão 5.634 vagas. Isto se dá porque seria alterado o número mínimo de vereadores por cidade, de nove para sete em municípios com até 7.000 habitantes.
As médias e grandes cidades manterão ou ganharão vereadores. Cidades entre 500 mil e 1 milhão de habitantes, hoje limitadas a 21 vereadores cada, poderão chegar a 31. A Câmara de São Paulo manterá seus 55 vereadores.
A comissão foi a única que obteve quórum para votar. Anteontem, 256 dos 513 deputados registraram presença no plenário e, ontem, o número foi de 249. O quórum para votações é de 257. O presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP), disse que "os que faltaram ontem e hoje terão desconto". Não haverá sessões deliberativas amanhã e na sexta-feira.


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