DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo tendo comparecido à Câmara, o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) não deve escapar de um segundo depoimento, dessa vez no plenário do Senado. A oposição cobrou ontem a votação do requerimento de convocação do ministro, mas a pauta da Casa está trancada por três medidas provisórias.
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), considerou "desculpas esfarrapadas" os argumentos expostos ontem por Thomaz Bastos. "Mantenho o requerimento de convocação e acredito que ele será ex-ministro depois de vir a esta Casa", afirmou o tucano.

Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que o depoimento de Thomaz Bastos diminui o peso do "caso Francenildo" na estratégia da oposição de ataque ao governo. O presidente acompanhou pela TV partes do depoimento e foi informado, ao longo do dia, sobre o andamento da sessão. Ao fim, Lula pediu a um auxiliar que telefonasse para o ministro e lhe parabenizasse.
Na saída da Câmara, Bastos declarou que aceita participar de nova audiência no Senado. "Sempre é uma honra debater com o Congresso Nacional", disse.
Os governistas consideraram o depoimento satisfatório e criticaram a oposição. "Isso cheira a deboche", disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).
Antes de marcar o depoimento do ministro, tucanos e pefelistas querem ouvir na CPI dos Bingos o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso, que teria quebrado ilegalmente o sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos a mando de Palocci, segundo a Polícia Federal.
Entre oposicionistas da Câmara, o depoimento não silenciou apelos pela saída do ministro. "[Bastos] Mentiu ao dizer que não tem mais relação com o setor privado. Veio aqui (...) para desrespeitar o Parlamento", disse o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ).


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