São Paulo, sábado, 21 de abril de 2007

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memória

Patrimônio de magistrados foi alvo em 1999

DA REPORTAGEM LOCAL

Na edição de 11 de julho de 1999, a Folha publicou reportagem sobre o patrimônio dos desembargadores Roberto Haddad e Theotonio Costa, do TRF-3, revelando que os dois ostentam uma riqueza que contrasta com o padrão de vida comum dos juízes brasileiros.
O levantamento serviu de base para investigações da Receita Federal e do Ministério Público Federal, culminando com o afastamento dos magistrados pelo STJ.
Uma pesquisa revelara que Haddad tinha imóveis no litoral, morava num apartamento luxuoso e adquirira nos dois últimos anos imóveis rurais. Entre 1997 e 1999, ele e sua então mulher, Maria Cristina Aparecida Figueiredo de Souza Haddad, adquiriram oito chácaras em Salto de Pirapora. Possuíam 33 veículos cadastrados no Detran-SP. Haddad coleciona carros antigos e é dono de uma superlancha de 53 pés.
Era sócio de Maria Cristina na Shelter Dock Marine, criada para construir e explorar marinas para embarcações de recreio. Com o irmão, Carlos Alberto, é sócio da oficina Reno-Car, um dos alvos da operação de ontem.
A Procuradoria Geral da República tenta reverter no STF a decisão que permitiu a Haddad reassumir o cargo no TRF-3. Ele ainda é alvo de ação de improbidade no STJ.
No parecer em que pediu o arquivamento do inquérito sobre o suposto enriquecimento ilícito, a subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio sustenta que "o que se vê claramente nos autos é a ocorrência de fatos que podem ser caracterizados como atos de improbidade administrativa, que abrangeriam enriquecimento ilícito e conduta incompatível com o cargo de magistrado". O advogado Antônio Nabor Areias Bulhões diz estar convencido de que o STF manterá a decisão de trancar a ação contra seu cliente.


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