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Marka pagou R$ 3,4 mi por patrocínio
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
O piloto brasileiro Guido Verme,
atual campeão mundial de motonáutica, recebeu do Banco Marka,
em 20 de outubro do ano passado,
R$ 3,451 milhões como patrocínio
de uma temporada esportiva encerrada 18 dias depois.
A operação financeira é catalogada como suspeita pelos procuradores da República que investigam
a venda de dólares do Banco Central ao Marka, pertencente ao banqueiro Salvatore Cacciola.
Para os procuradores, que levaram os documentos a senadores da
CPI do Bancos, a quantia é muito
alta para financiar um piloto em
fim de temporada. Eles suspeitam
que o negócio serviu como lavagem de dinheiro.
A Folha tentou ontem ouvir Guido Verme sobre o contrato com o
Marka e as suspeitas da Procuradoria da República.
Em São Paulo, a secretária disse
que o piloto viajara para Miami para participar da abertura da temporada de motonáutica deste ano.
Ela afirmou, às 13h, que tentaria
localizar o patrão ou algum assessor. Às 17h, a secretária disse que
não havia conseguido falar com
Verme. Também não teria encontrado os assessores.
O contrato entre o Marka e a firma Sport Racing Management
Ltda. -representante de Verme,
com sede nas Bahamas- foi assinado no Rio, em 20 de outubro,
com intermediação da Federação
Brasileira de Vela e Motor.
O presidente da federação, Walcler Osório, disse que a entidade
não recebeu dinheiro das partes.
"A federação não fica com nada.
É meramente repassadora para o
piloto. O processo é muito mais
complicado. Agora, o que o piloto
faz com esse dinheiro, é problema
dele", afirmou Osório.
O patrocínio foi pago em uma
única parcela, segundo o presidente da federação.
Ao final da temporada de 98 do
mundial de lanchas off-shore disputado nos EUA (espécie de Indy
da motonáutica), Verme sagrou-se
campeão. Ele representou o Brasil
na disputa. Osório calcula que, para disputar o mundial dos EUA, o
piloto precisa de patrocínios de
milhões de dólares. Só a lancha vale pelo menos US$ 5 milhões.
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