São Paulo, domingo, 21 de maio de 2000 |
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PAINEL Buchada redescoberta FHC encomendou a Pedro Pa rente (Casa Civil) um programa de combate à pobreza nas áreas mais carentes do país, com base no IDH (Índice de Desenvolvi mento Humano da ONU). Ago ra que todos no governo se di zem horrorizados com a misé ria, a ordem do chefe é transfor mar a nova "masturbação socio lógica" em políticas concretas. Lombo de jegue Assim como o governo Sarney teve o programa do leite, FHC deve ter o "vale-gás". O projeto, capaz de trazer dividendos elei torais aos tucanos em 2002, está em estudos no Planalto e desti na-se a subsidiar esse combustí vel às populações mais pobres. Já tem lobista de olho na idéia. Dor de cabeça Apesar das críticas que Mário Covas lhe tem feito, FHC telefo nou ao governador de São Paulo para se solidarizar pela paulada na cabeça recebida anteontem. Ambos conversaram por volta das 21h da própria sexta-feira. E aproveitaram para trocar im pressões sobre o recrudesci mento da insatisfação nas ruas. Pavio curto A paciência, diz Delfim Netto (PPB-SP), é uma qualidade que se atribui ao indivíduo. Mas, completa, "se existir algo como uma paciência coletiva, tenho a impressão de que ela está se es gotando rapidamente". A análi se refere-se ao ânimo popular em relação ao governo FHC. Rancho fundo Muito comentada e pouco co nhecida, a carta que Jader Bar balho enviou a FHC sobre ACM tem um PS, a exemplo da cor respondência que o baiano re meteu ao Planalto para acusar o peemedebista. Fala sobre uma certa casa no litoral da Bahia. Bico a bico Serra (Saúde) e Pimenta da Veiga (Comunicações), que já tiveram avaliações opostas so bre alianças com PFL e PMDB, conversaram longamente na quarta. Afinaram o discurso. Palavra de sociólogo FHC tem a sua versão da con versa em que apontou o favori tismo de Luiza Erundina (PSB) em São Paulo. Diz que foi per guntado pelo senador Pedro Si mon (PMDB-RS) sobre quem venceria em caso de segundo turno entre Marta Suplicy (PT) e Erundina. "Eu disse que seria Erundina", afirma o presidente. Reação de político Calou fundo no PSDB a men ção de FHC ao favoritismo de Erundina em São Paulo. Na sea ra de Geraldo Alckmin a frase teve o efeito de uma flechada pe las costas. Um representante do alto tucanato resume o estrago: "O Fernando não poderia falar isso nunca. Ele às vezes esquece que é presidente da República". Linha auxiliar Frase ouvida no PT sobre a previsão eleitoral de FHC: "A única pesquisa na qual Luiza Erundina vence em São Paulo foi feita no Palácio do Planalto". Fracassomania Antes de anunciar publica mente sua candidatura à prefei tura paulistana, Maluf telefonou para Jorge Bornhausen e, esprei tando as chances de ter o apoio do PFL, disparou: "Os seus can didatos são fracos". A resposta foi direta: "Os seus também". Comporta aberta Discretamente, as usinas de Sobradinho e de Itaparica, am bas na divisa de Pernambuco e Bahia, saíram do programa de privatização do setor elétrico. Permanecem Xingó, entre Ala goas e Sergipe, e Paulo Afonso, entre Bahia e Alagoas. O gover no espera, com isso, reduzir a oposição à venda das geradoras. Bandeira sem dono Resposta lacônica de FHC ao ser questionado se os discursos "sociais" de Pedro Malan (Fa zenda) indicam que ele é um pré-candidato à sucessão presi dencial: "O PT não vai ter o mo nopólio do social. Nunca". TIROTEIO Do escritor Frei Betto, sobre a atitude dos tucanos em relação às manifestações populares contra seus governos: _ Em vez de tirar do bico a tropa de choque e a Lei de Segu rança Nacional, melhor seria se os tucanos tirassem da gaveta os programas com os quais se ele geram. Menos polícia e mais po lítica. Economia autoritária não combina com democracia aber ta. Essa é a equação em jogo. CONTRAPONTO Preferência nacional
Alcides Tápias (Desenvolvi
mento) foi a Betim (MG), quin
ta-feira, para visitar a fábrica da
Fiat. Lá foi recepcionado pelo
superintendente da empresa,
Giani Coda, pelo presidente da
Fiat do Brasil, Roberto Vedova
to, e pelo próprio presidente da
Fiat mundial, Paolo Cantarella.
Antes de iniciar a visita, os
quatro se reuniram numa sala
para trocar idéias. No meio da
conversa, Cantarella disse que,
como italiano, não entendia a
preferência comercial do Brasil
pelos EUA. Afinal, sustentou, os
vínculos do país com a Europa
latina eram muito mais fortes.
Feita a observação, perguntou:
_ O sr. não acha que o Brasil
deveria se relacionar preferen
cialmente com a Europa?
_ Eu prefiro os dois, a Europa
e os EUA _retrucou Tápias.
Surpreso com a sinceridade, o
italiano não perdeu a piada:
_ Ho capito. Te piace la biga
mia! |
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